Com o objetivo de aprimorar as reflexões em pautas raciais, políticas e sociais, o Núcleo Traços Fortes, chega em São José dos Campos, no próximo dia 12 de dezembro, com o espetáculo “Vestígios de alguém que não pôde falar”. A peça teatral faz parte de uma duologia que narra a história ficcional de uma menina negra morta a caminho da escola por balas de policiais. Diante do acontecido, sua mãe enfrenta os desafios, medos e lutas para honrar a história de sua filha.
Vale destacar que o Núcleo Traços Fortes é constituído por jovens atores independentes da região do Vale do Paraíba, que se formaram na E.M.A Maestro Fêgo Camargo (Taubaté/SP). E agora voltam para a região para apresentar o espetáculo que atingiu um grande público em Rio Claro e Itapetininga.
Em São José dos Campos, o espetáculo será apresentado no Teatro do SESI-SP, nos dias 12, 13, 14 e 15, de quinta a sábado, às 20h e no domingo, às 19h. Com classificação indicativa de 14 anos, os ingressos são gratuitos e devem ser retirados no MEU SESI. As apresentações dos dias 13, 14 e 15 terão acessibilidade em libras.
A dramaturgia original é escrita por João Paulo Santos e Lucas Silveiras, atores, diretores de teatro e dramaturgos do Núcleo Traços Fortes. A história tem como inspiração os contos “Olhos D’água” e “Zaíta esqueceu de guardar os brinquedos” de Conceição Evaristo, além de trabalhar com fragmentos de fatos reais, principalmente, a morte de Marcos Vinícius, jovem negro de 14 anos atingido por policiais no Complexo da Maré, enquanto estava a caminho da escola. “O número de casos de crianças e jovens negros mortos durante operações policiais é alarmante e, o espetáculo Vestígios de alguém que não pôde falar nasce com o objetivo de evidenciar as pautas e lutas em prol da infância negra no Brasil. Trata-se de um movimento de encontro com esperança, de uma nação em que crianças negras sejam ouvidas e respeitadas”, destaca o diretor Lucas Silveiras.
“De que cor eram os olhos de minha filha?” .
Durante toda a apresentação, o público se depara com a pergunta latente e repetitiva que acompanha a caminhada da personagem ‘Mãe’ em busca por justiça pela morte de sua menina. Lembrar a cor dos olhos de alguém é eternizar na memória a história de quem amamos. O espetáculo é um convite para a reflexão sobre o luto que a violência urbana leva para muitas famílias, especialmente, as famílias negras. Como também uma homenagem a tantas mães que perderam seus filhos e seguem lutando com amor e força.
Para o diretor Lucas Silveiras, chegar em São José dos Campos depois de uma longa temporada em cidades distantes do Vale do Paraíba é empolgante e significativo. “Somos artistas que construímos nossas carreiras na região e temos muito orgulho da arte que nasce no Vale. Aqui estão nossas famílias, amigos e pessoas que acompanham o nosso trabalho. Que possamos devolver o carinho de todos por meio desse espetáculo que foi construído com tanto cuidado e amor”, conclui.
Ficha Técnica
Direção: Lucas Silveiras
Elenco: John Brenner e Letícia Delgado
Dramaturgia: João Paulo Santos e Lucas Silveiras
Criação de cenografia: John Brenner, Letícia Delgado e Lucas Silveiras
Criação de figurinos: Bárbara Rocha
Criação de trilha original: Izzy Castro (Twin Pumpkin)
Criação de iluminação: João Paulo Santos
Direção de produção: Lucas Silveiras
Assistente de produção: Julia Borges
Operadores: Jonas Albuquerque e João Paulo Santos
Captação e edição de fotos e vídeos: MZ Fotos
Designer gráfico e social media: Kaksi Studio
Acessibilidade em libras: Sinalize! Produções Acessíveis
Assessoria de imprensa: Oficina da Comunicação/ Maura Lídia do Vale
Produção original: SESI-SP
Sobre o Núcleo Traços Fortes
O Núcleo Traços Fortes foi fundado no ano de 2018 por atores e atrizes, educadores e pesquisadores pretos; e tem como objetivo dar espaços, criar oportunidades e instaurar o protagonismo preto em obras e experimentos teatrais. O grupo é constituído por jovens atores independentes da região metropolitana do Vale do Paraíba, que se formaram na E.M.A Maestro Fêgo Camargo (Taubaté/SP). Após a passagem pela escola de artes, as atrizes e os atores sentiram a necessidade de construir um espaço que possibilitasse um resgate de histórias e narrativas teatrais que contemplem seus corpos pretos. O Núcleo busca encontrar meios de operar dentro de uma sociedade racista, implantando atividades e movimentações artísticas/experimentais como possíveis soluções sociais. Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho do Núcleo Traços Fortes acesse: instagram.com/nucleotracosfortes