Vencer e convencer está sempre no propósito de qualquer treinador e o do FC Porto não foge à regra. Mas para esta jornada, a sexta da Liga Europa, o importante era mesmo chegar ao triunfo, pois de outra forma as contas poderiam complicar-se. Os dragões ocupam agora o 18º lugar com oito pontos, o que lhes permite “respirar” um pouco melhor para integrarem o lote de equipas que irão disputar o play-off de acesso à próxima fase da competição, ou até mesmo de forma direta. Restam disputar dois encontros, o primeiro no Estádio do Dragão diante dos gregos do Olympiacos, já em 2025, no dia 23 de janeiro, para uma semana depois, cumprirem o confronto com os israelitas do Maccabi Tel Aviv, que será disputado na Sérvia no estádio do Partizan, em Belgrado.
Mesmo sem o espanhol Nico González a cumprir um jogo de castigo, um dos elementos mais influentes do FC Porto e que até à data tinha sido utilizado em todas as partidas, nem por isso o técnico Vítor Bruno viu a sua equipa perder consistência na zona intermediária. O argentino Alan Varela voltou a integrar o “onze” inicial, de parceria com Stephen Eustáquio, com Fábio Vieira e Pepê a comporem essa linha fulcral do terreno, mas a pisarem zonas mais ofensivas. Uma das surpresas foi a inclusão de Wanderson Galeno na posição de lateral esquerdo, mas o extremo internacional brasileiro revelou-se pleno de energia a “fazer” todo o corredor com a capacidade e técnica que lhe são reconhecidas.
E foi o FC Porto a procurar desde cedo o golo para encarar a partida com tranquilidade, mesmo tendo passado por momentos de algum desacerto. À passagem do 15º minuto apanhou mesmo um grande susto, de novo numa perda de bola de Pepê – veio logo à memória um lance idêntico na última partida com o Anderlecht e que originou um golo dos belgas -, mas desta feita valeu a pronta intervenção do seu compatriota Otávio Ataíde ao desarmar o adversário e a aliviar para canto. O primeiro tento dos portistas surgiu aos 29 minutos por intermédio do jovem inglês Danny Namaso, num remate de cabeça no coração da área, após cruzamento do canadiano Stephen Eustáquio. Os dragões atingiram o principal objetivo e prosseguiram numa toada ofensiva para rapidamente dilatarem a vantagem, pois a vitória nunca poderia escapar. O ex-presidente Pinto da Costa, de regresso ao Dragão, recuperado de uma intervenção cirúrgica, por certo ficou entusiasmado com o que viu.
Fábio Vieira genial e Pepê fundamental
Tardou algum tempo a impor-se na equipa portista, mas o internacional português Fábio Vieira, emprestado ao FC Porto por uma temporada pelo Arsenal, agora numa condição física apreciável, faz toda a diferença. A genialidade com que adorna os lances e a eficácia no passe estiveram na origem do segundo tento dos dragões, ao minuto 56. O médio portista conduziu a bola pelo meio campo, deixando alguns adversários pelo caminho, entregou para o internacional brasileiro Pepê, que assistiu de forma primorosa o espanhol Samu, voltando a fazer aquilo que melhor sabe.
A partir daí, confortável no jogo, o FC Porto passou a exercer um maior controlo, privilegiando a posse de bola, uma ação naturalmente justificada, não fossem os dinamarqueses tirarem algum coelho da cartola. O Midtjylland foi, assim, convidado a partir para uma toada mais ofensiva, mas nem por isso conseguiu complicar a vida aos dragões. E quando se aproximou da baliza contrária, lá estava a classe do guardião internacional português, dono da baliza da Seleção Nacional, para travar o ímpeto dos dinamarqueses. Antes do final, aos 90+3 minutos, o avançado Adam Buksa aproveitou um momento de desnorte na área portista e podia ter reduzido a desvantagem, mas o golo foi anulado por fora de jogo, após revisão do VAR.
Vítor Bruno (treinador do FC Porto): “A equipa entrou controladora, a criar vários lances para marcar. O adversário foi inofensivo, muito mérito para os meus jogadores. Na segunda parte, entrámos autoritários, podíamos ter feito cinco ou seis golos, por isso é uma vitória que peca apenas por escassa, mas que significa três pontos. Agora é olhar para o jogo com o Estrela da Amadora do campeonato. Há sempre espaço para melhorar e queremos andar perto da perfeição”.
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