AVS impõe empate a uma bola ao Benfica e lá se foi o Natal em grande

Formação de Vila das Aves marcou na derradeira jogada do encontro (90 + 4 minutos), impedindo os encarnados de passarem a época festiva na liderança do campeonato, como era desejo do presidente Rui Costa

Lance do confronto entre AVS e Benfica. (Foto: José Lacerda)

Em altura natalícia, o brinde saiu ao AVS e a fava ao Benfica, que com a queda do Sporting e a instabilidade do FC Porto tinha “anunciado” um Natal bem passado na frente do campeonato. Pelo menos foi esse o desejo manifestado no discurso presidencial na recente Assembleia Geral do emblema da Luz, uma “prenda no sapatinho” de boas festas que até fez questão de dedicar aos associados. Só que, para tal, o Benfica teria de vencer o clube da Vila das Aves, bem como o Nacional da Madeira, jogo em atraso da I Liga e que se disputa na próxima quinta-feira. No entanto, apesar da má carreira do conjunto sportinguista, a grande verdade é que a formação de Alvalade vai passar a quadra natalícia no comando da tabela classificativa.

Para o encontro com o AVS – com este empate a equipa das Aves mantém-se fora dos lugares de despromoção -, o técnico do Benfica Bruno Lage deixou no banco os habituais titulares Otamendi, Florentino, Di María e Pavlidis. Ainda que desfalcados de algumas das suas maiores estrelas, os encarnados até nem começaram mal a partida e exerceram forte domínio sobre o adversário. Mesmo pertencendo ao AVS a primeira oportunidade de golo, com o ala equatoriano John Mercado a rematar ao lado após erro do defesa António Silva, o atacante suíço Amdouni teve o golo nos pés aos 12 minutos, mas o guardião avense encaixou bem a bola e gorou-se a hipótese do Benfica inaugurar o marcador.

E foi Amdouni, chamado à titularidade esta temporada pela quarta vez, que aos 17 minutos chegou ao golo, numa jogada em que o próprio combinou com Aursnes e Akturkoglu, para depois receber a bola na área e atirar colocado, batendo o guardião brasileiro Simão Bertelli. A toada ofensiva do conjunto da Luz acentuou-se ainda mais, mas apesar de um ou outro lance bem gizados, as oportunidades de golo nem foram muitas. Quando o árbitro apitou para o intervalo, ficou à vista de todos que se os comandados de Bruno Lage estavam mais tranquilos na partida, adivinhando-se uma segunda parte porventura mais proveitosa para os homens do conjunto da Luz.

Avenses mais ofensivos e guardião Trubin decisivo

Se em teoria saltava à vista que o Benfica poderia – e deveria – resolver a partida a seu favor, já na prática sucedeu o inverso. A resposta do AVS até chegou um pouco tarde… mas quando chegou até colocou por algumas ocasiões em sentido Anatoliy Trubin. O guardião ucraniano teve algumas intervenções decisivas e lá foi segurando a vantagem enquanto pôde. E na última jogada do encontro (90+ 4 minutos), o defesa central colombiano Cristian Devenish conseguiu saltar mais alto que todos os outros e atirou a contar. O Benfica perdia assim os primeiros pontos para o campeonato na era Bruno Lage, que com a poupança de jogadores no intuito de gerir esforços, lá acabou por “estragar” o Natal que o presidente Rui Costa tanto desejava.

Mais uma vez a arbitragem esteve abaixo do que é exigível, deixando passar em claro uma grande penalidade a favor do AVS cometida por Beste. Aos 69 minutos, o lateral alemão do Benfica agarrou ostensivamente o braço do extremo cabo-verdiano Vasco Lopes, desequilibrando o seu movimento e fazendo-o cair em plena área encarnada. O árbitro pode nem ter visto a infração, mas o VAR devia ter chamado a atenção para tamanha e tão indisfarçável irregularidade. Mais do mesmo, mas não só neste encontro, pois tem havido muita distração noutras partidas com outros intervenientes.

Lance do confronto entre AVS e Benfica. (Foto: José Lacerda)

Daniel Ramos (treinador do AVS): “Sinceramente, não estava à espera de criar tantas oportunidades e tantas finalizações. Tem a ver com o que a equipa quis fazer. Ao intervalo disse que se fossemos mais do mesmo podíamos perder por mais e sentiríamos que não fizemos o suficiente. Não podíamos ter medo de o fazer, era preciso arriscar. No final do jogo sentimos que tentámos com tudo, estávamos a perder e precisamos de pontos na tabela”.

Bruno Lage (treinador do Benfica): “Criámos várias oportunidades para marcar o segundo golo. Sabíamos que dezembro ia ser um mês preenchido de jogos, acrescido do jogo em atraso com o Nacional, passou a ser um objetivo terminar em primeiro no Natal, não conseguimos, mas temos logo dia 29 jogo com o Sporting e depois com o Braga. Vamos ter uma longa segunda volta. Nada se decide no Natal, nem em dezembro. Sinto que é com estes atletas que vamos ser campeões”.

Vaz Mendes é jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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