A equipa portista pode ainda não estar de regresso às grandes exibições, mas é notório o seu crescimento, depois de alguns momentos atribulados e muita contestação. Diante de um adversário que já havia sido goleado em Alvalade diante do Sporting (5-1) e na Luz com o Benfica (7-0), o conjunto orientado por Vítor Bruno dominou praticamente todo o encontro. É um facto que teve hipóteses para construir um resultado mais volumoso, mas a portentosa exibição do guardião Bruno Brígido e algum desacerto na pontaria, resultaram numa vitória suficiente. O Estrela da Amadora, a um ponto da zona de descida, dispôs apenas de uma oportunidade de golo, mas agigantou-se um pouco depois do primeiro tento dos portistas, situação normal para um conjunto aguerrido que revelou condições para sair da situação aflitiva em que se encontra.
Foi ao ataque que o FC Porto iniciou a partida, com jogadas rápidas a asfixiar por completo o conjunto lisboeta. Já com o “maestro” Nico González incluído no “onze” titular – falhou a recente partida para a Liga Europa com os dinamarqueses do Midtylland -, os dragões não demoraram muito para abrir o marcador. E foi o médio espanhol que, aos 12 minutos, atirou a contar na sequência de um canto marcado pelo internacional português Fábio Vieira. A bola “passeou” ao longo da linha defensiva e Nico González não se fez rogado ao rematar de forma certeira. Uma entrada em grande para satisfação dos mais de 30.000 espectadores que estiveram nas bancadas do Dragão.
Em desvantagem, a reação do Estrela da Amadora fez-se sentir quase de imediato, passando a exercer uma pressão mais alta, obrigando o FC Porto a cometer os erros habituais ao nível do passe. A equipa azul e branca perdeu alguma orientação e disso se aproveitou o Estrela, ainda que sem criar oportunidades de golo. Aliás, os dragões contam por vitórias todos jogos disputados no seu estádio para a I Liga, o mesmo não acontecendo fora de portas, onde o desperdício esteve na origem, por exemplo, da prematura eliminação da Taça de Portugal diante do Moreirense. Aliás, é já no próximo sábado que os portistas voltam a medir forças com a formação de Moreira de Cónegos, desta feita em partida a contar para a 15ª ronda do campeonato, o que poderá ser um tira-teimas curioso, mas, obviamente, de alto risco.
Show do brasileiro Bruno Brígido
Para a segunda metade do encontro, o conjunto da casa voltou a entrar muito forte, mas não se livrou de um tremendo susto. O lance de maior perigo do Estrela da Amadora aconteceu à passagem do minuto 59, com o brasileiro Léo Cordeiro a rematar no coração da área, valendo na ocasião o desvio para canto. O FC Porto viria a passar por um período incaracterístico e de algum desacerto, o que não tem sido do agrado dos seus adeptos, mas há números que devem ser realçados. Os dragões já somam 11 vitórias em 12 possíveis no seu reduto, têm 30 golos marcados e apenas cinco sofridos.
Com a expulsão de Danilo Veiga, aos 74 minutos, por acumulação de cartões amarelos, o Estrela da Amadora ficou mais exposto ao perigo, mas o guardião Bruno Brígido arrancou duas incríveis defesas, negando o golo a Fábio Vieira e ao central argentino Nehuén Pérez. Um autêntico show do experiente guardião brasileiro, de 33 anos, que veio para o futebol português em 2018, proveniente do Guarani, da cidade de Campinas. Foram duas estupendas e monstruosas paradas, que só por si eram merecedoras da atribuição do prémio de homem do jogo, que acabou por ser entregue ao espanhol Nico González. A finalizar o encontro (90 + 3 minutos, Gonçalo Borges fez o 2-0 com um remate cruzado, após assistência de Rodrigo Mora.
Vítor Bruno (treinador do FC Porto): “Tivemos o jogo dominado e controlado. Fazemos o golo na primeira parte, temos depois dois ou três momentos para definir melhor na cara do golo, com outro critério. Na segunda parte o Brígido tem defesas de altíssimo nível e marcámos no fim. A vitória não oferece discussão. O adversário não tem nenhum remate enquadrado, é sempre bom manter a baliza a zero e criar hábitos de não sofrer golos.”