A época natalícia é sempre um convite à diversão. Haja alegria e arranja-se sempre um tempinho para umas brincadeiras com os amigos ou com a família. Uns de uma forma, outros de outra, o importante é mesmo a boa disposição. Por estes lados, mais exatamente na cidade da Maia, a poucos quilómetros do Porto, o nosso grupo de amigos – onde eu me incluo – tem uma paixão em comum: a VeloSolex. Estas máquinas, de origem francesa, começaram a ser fabricadas em 1940, inicialmente com um motor de 38cc. Acionadas pelos pedais para serem colocadas em movimento, mas também utilizados em subidas mais íngremes, gastam pouco mais de um litro de gasolina por cada 100 quilómetros percorridos. Claro que necessitam de assistência, mas, por mais incrível que pareça, os motores são extremamente robustos e aptos para percorrerem longos percursos.
Na https://www.facebook.com/velosolexportugal/, página onde damos a conhecer a nossa atividade, poderão ter uma ideia da utilidade da associação, pois, para além dos passeios, preocupamo-nos com o serviço público. E foi com esse propósito que fizemos, por exemplo, uma formação sobre Suporte Básico de Vida, ministrado por formadores qualificados, pois qualquer um de nós pode ser o primeiro socorrista perante um eventual acidente ou até diante de um quadro clínico mais complicado. Claro que ninguém pode substituir os diversos agentes ligados à área da saúde, mas uma primeira abordagem ao paciente, efetuada com competência e algum conhecimento, pode ajudar a salvar vidas.
Voltando às nossas máquinas, por aqui consideradas velocípedes com motor auxiliar, quase todos os modelos são das décadas de 60/70, sendo o mais comum o denominado 3800. A marca e logotipo “Solex” pertencem à Magneti- Marelli Motopropulsion France SAS, na Europa, mas estes velocípedes também foram fabricados na Hungria, Estados Unidos e Canadá. A empresa brasileira VeloSolex Bicyclos importou e montou milhares de unidades, a partir de 1968, posteriormente exportadas para diversos países. A produção destas maravilhas da engenharia francesa, que fizeram a delícia de muitos famosos, continuam a ser produzidas em França, mas apenas na versão elétrica.
História da VeloSolex à parte, o nosso dia foi bem agradável e incluiu um passeio pelo Porto, com paragem obrigatória na Ribeira para as fotos da praxe. A curiosidade foi muita e fizemos a nossa publicidade, numa altura em que procuramos cativar mais pessoas no intuito de aderirem à VeloSolex Portugal. A associação tem estatutos, órgãos sociais, assim como patente registrada. Os passeios são o prato forte – está em marcha mais uma ida a Santiago de Compostela, em Espanha -, mas, como foi referido, também promovemos diversos tipos de ações de cariz recreativo e interativo.
Pelo meio do nosso passeio lá fomos ao almoço, com a opção a recair nas famosas tripas à moda do Porto. Trata-se de um prato tradicional nascido na cidade do Porto, e que, segundo uma lenda, remonta ao período dos Descobrimentos portugueses. O prato é confeccionado com vários tipos de carne, tripas, enchidos e feijão branco. Muito bom e apreciado por todos quantos visitam a Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto.
Por hoje é tudo, mas na terça-feira, véspera de Natal, lá vem o bacalhau da Noruega. No dia a seguir não pode faltar o cabrito e a vitela assada.
BOM NATAL!