Nacional – FC Porto adiado devido ao habitual nevoeiro na Choupana

Partida “durou” pouco mais de 14 minutos – empate a zero bolas - e será retomada no próximo dia 15, pois as previsões meteorológicas apontam para um agravamento das condições climatéricas para amanhã

Equipa do Porto. (Foto: FC Porto)

Como era previsível há alguns dias, o jogo relativo à ronda 17 do campeonato nacional de futebol entre o Nacional e o FC Porto foi adiado devido ao forte nevoeiro que se abateu sobre a ilha da Madeira, mais precisamente na Choupana, freguesia de Santo Amaro. Nestes casos os regulamentos obrigam a que a partida se realize nas 30 horas seguintes, o que parecia de todo improvável, pois para amanhã, sábado, estão previstas condições atmosféricas ainda mais adversas, pelo que o confronto entre nacionalistas e portistas foi agendado para o próximo dia 15. A comunicação foi divulgada pela Liga de Clubes, após o acordo alcançado entre os dois emblemas.

Só neste século acabaram por ser adiados 17 jogos na Choupana, sendo que em 2024 foram já três as partidas que não se realizaram ou não foram concluídas, a última das quais com o Benfica, que se deveria ter realizado em outubro passado. O jogo acabou por ser interrompido aos 10 minutos devido à reduzida visibilidade em campo, tendo sido apenas retomado no dia 19 de dezembro, com o triunfo a sorrir aos encarnados. Obviamente que esta á uma situação extremamente complicada para os clubes, nomeadamente para aqueles que têm outros compromissos, obrigando-os repensar a calendarização, com os custos desportivos inerentes.

Quanto ao jogo, ou seja, quanto aos 15 minutos jogados, não houve nada de registo a assinalar, mas o FC Porto passou por um grande susto. Rodrigo Mora, médio de 17 anos, teve uma entrada violenta por trás sobre um adversário e o lance foi mesmo analisado pelo vídeoárbitro. Valeu aos dragões uma decisão algo benevolente, ficando-se pela amostragem do cartão amarelo. De resto, pouco ou nada mais a assinalar, para lá de duas interrupções devido ao nevoeiro e uma longa espera para ver no que aquilo tudo dava. Nada de nada. Por vezes havia umas ligeiras abertas, mas é evidente que o adiamento do encontro foi a atitude mais sensata, pois as interrupções iriam repetir-se face às condições climatéricas adversas.

Clima excelente, mas altitude complica

A Madeira é por excelência um local de turismo e até tem como um dos seus pontos mais altos o fabuloso fogo de artifício de fim de ano no Funchal, como recentemente aconteceu. A capital da Região Autónoma da Madeira possui um excelente recinto desportivo – o Estádio dos Barreiros -, onde joga o Club Sport Marítimo. No inverno pode haver a ocorrência de ventos fortes, mas o nevoeiro nunca foi óbice à realização de jogos. Esta poderia ser uma alternativa para o encontro entre Nacional e FC Porto, mas o clube da Choupana nem sequer coloca a hipótese de disputar as partidas fora de casa. É evidente que o bom senso terá de imperar no futuro, pelo que é da mais elementar justiça que o poder federativo assuma em definitivo a resolução de um assunto que já passou para o domínio do burlesco.

O estádio da Choupana situa-se a 632 metros de altitude e aquele ponto da Ilha da Madeira tem um microclima imprevisível: ventos fortes, nevoeiro, calor sufocante ou aguaceiros. O clima é extraordinário, mas essa imprevisibilidade tornou-se uma constante, especialmente com a questão do nevoeiro. Contudo, já há alguns dias que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), através da Delegação Regional da Madeira, havia informado da previsão das péssimas condições climatéricas na Choupana para o dia de hoje, com agravamento para este sábado, pois as nuvens encontram-se abaixo do nível do estádio. Mesmo assim, o “bailinho da Madeira” – leia-se nevoeiro – continua. Até quando?

Vaz Mendes é jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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