Está encontrado o segundo finalista da Taça da Liga, jogo que oporá no próximo sábado o Benfica ao Sporting. Os bracarenses, que ainda há dias foram ao reduto dos encarnados infligir uma derrota à formação de Bruno Lage, estiveram muito aquém do que era expectável. Depois do triunfo do Sporting sobre o FC Porto, esta “final four” acabou por determinar a disputa de mais um clássico do futebol luso a realizar na cidade de Leiria. O confronto entre águias e leões constituirá um verdadeiro tira-teimas para se apurar o campeão de inverno.
Atual detentor do troféu, o Braga foi incapaz de fazer jus ao título que ostenta, tendo sido dominado durante todo encontro, espacialmente na primeira parte, período em que o Benfica apontou os três golos que catapultou o conjunto da Luz para a final da competição. O génio de Di María, ultimamente alvo de contestação pelas críticas que tem feito à sua própria equipa, veio ao de cima e o argentino campeão do mundo encarregou-se de desferir dois golpes letais. O primeiro golo surgiu aos 27 minutos, depois de uma assistência do defesa Tomás Araújo, com o astro argentino a rematar forte no coração da área, sem que o guardião brasileiro Matheus pudesse esboçar a defesa.
Volvido apenas um minuto, o lateral espanhol Álvaro Carreras carimbou o segundo tento com um potente remate cruzado, após assistência do turco Orkun Kökçü. E Di María chegou ao 3-0 final, aos 37 minutos, desta feita solicitado pelo grego Pavlidis, que ofereceu a bola ao argentino depois de se livrar da marcação, atirando de primeira com o pé esquerdo. O resultado estava feito e a supremacia benfiquista era de tal ordem, o que fez com que a formação bracarense fosse completamente vulgarizada. De um momento para o outro, como do dia para a noite, surgia em Leiria um Benfica dominador e eficaz, em contraste com jogos anteriores, que mereceram fortes reparos e até foram fator de alguma desestabilização emocional no próprio balneário, com sinais alarmantes para o exterior.
Promessa de Carlos Carvalhal adiada
O treinador bracarense acabou por ver adiada a promessa que dias antes tinha feito, quando disse que ia a pé a São Bentinho caso vencesse a Taça da Liga. São Bento da Porta Aberta é um santuário católico português, situado em Terras de Bouro, Gerês, não muito distante de Braga, cujo início de construção remonta a 1615. Inicialmente a ideia foi a de construir uma ermida para servir de abrigo aos viajantes, para posteriormente ser transformada num templo que se tornou um local obrigatório de peregrinação. O treinador bracarense viu adiada a promessa e o Benfica é que acabou por ser o “iluminado”, sem necessidade de pedir nenhum milagre, pois bastou-lhe apenas socorrer-se da enorme valia de alguns dos seus talentos, obviamente com destaque para a exibição do argentino Di María, que de santo não tem nada.
Na segunda metade da partida o Braga ainda esboçou uma ligeira reação, mas sem resultados práticos. Após algumas alterações, os arsenalistas até tiveram a oportunidade de reduzir a desvantagem, mas tratou-se de um mero e único lance mais intencional ao longo de todo o encontro. O Benfica não se deixou importunar e prosseguiu numa toada de futebol atacante, só não ampliando a vantagem por mero acaso, pois dispôs de oportunidades para golear. Segue-se no próximo sábado o jogo com o Sporting, naquele que é considerado o dérbi eterno, sempre de resultado imprevisível, ainda que, teoricamente, os encarnados até pareçam usufruir de alguma vantagem sobre os comandados de Rui Borges.
Bruno Lage (treinador do Benfica): “Tivemos várias oportunidades e a consequência do nosso domínio a defender e atacar veio em três golos de grande qualidade. Agora, é preparar a final da melhor maneira, porque queremos vencer. Olhar para o que fizemos hoje, aprender com o que fizemos há três dias com este adversário. A equipa teve um comportamento muito bom. Temos nova oportunidade de defrontar o Sporting e o que mais ambicionamos é conquistar um título que foge ao Benfica desde 2016″.
Carlos Carvalhal (treinador do Braga) “Sabíamos que a tarefa era difícil, temos de falar e corrigir coisas. Não podemos sofrer o segundo golo da forma que sofremos, mas não vou estar a cair em cima da equipa outra vez. Tenho de apoiar os jogadores e tentar compreender, fizeram um jogo fantástico no sábado e hoje as coisas não correram bem. A vitória do Benfica é inteiramente justa”.