Num dia chuvoso e com ventos muito fortes, provocados pela tempestade Hermínia, que está a afetar o território português, o FC Porto continua a ser levado por uma enxurrada de maus resultados. Depois de averbar quatro derrotas consecutivas – ainda não venceu em 2025 – um registo preocupante que já não acontecia há mais de 60 anos, desta feita a “ventania” veio dos Açores, como a formação do Santa Clara a empatar a uma bola no Dragão. Contas feitas ao atual momento classificativo na Liga Portugal, os azuis e brancos seguem na terceira posição com o mesmo número de pontos do Benfica e a seis de diferença do comandante Sporting.
A situação começa a ser preocupante, obviamente na perspetiva do FC Porto. A saída de Vítor Bruno não veio trazer nada de novo e aguarda-se agora que o técnico Martin Ansélmi, que ontem já esteve no Dragão a assistir ao jogo com os açorianos, traga algo de novo. José Tavares, diretor da formação do clube, dirigiu duas partidas e irá agora passar a pasta ao jovem treinador argentino, de 39 anos, que já deverá orientar a equipa diante do Maccabi Tel Aviv, jogo decisivo para o FC Porto garantir a passagem aos “oitavos” da Liga Europa. A partida com o conjunto israelita disputa-se já na próxima quinta-feira no Estádio do Partizan, em Belgrado.
Muita parra, mas pouca uva
Nesta partida com o Santa Clara nem se pode dizer que os portistas não tenham feito tudo para ganhar. Com efeito, depois de consentirem um golo aos 33 minutos apontado pelo jovem atacante brasileiro Gabriel Silva, os dragões dominaram por completo o encontro, mas só viriam a empatar aos 76 minutos. Num golpe de cabeça invulgar, mas intencional, o também brasileiro defesa central Otávio Ataíde, fazia o que tem sido raro nestes últimos tempos. E o FC Porto podia e devia ter conseguido um resultado positivo, não fosse o internacional Galeno ter falhado duas grandes penalidades, a que se junta uma bola no poste num remate à baliza de do atacante sueco Deniz Gul, com a baliza completamente à sua mercê. Se nestas coisas de futebol também conta – e pelos vistos conta mesmo – o fator psicológico tem de ser rapidamente trabalhado, muito mais do que todo os outros aspetos de ordem técnica. Tem a palavra o argentino Martin Ansélmi.
José Tavares (treinador do FC Porto): “Foi um jogo de sentido único, em que a equipa entrou bem. Controlámos a posse de bola de forma clara. Tivemos situações de golo na primeira parte. Acabámos por sofrer numa bola parada. Na segunda parte a equipa entra serena. Mais uma vez de sentido único, em que procurámos a baliza de forma variada. Várias oportunidades para marcar, bolas no poste, barra, dois penáltis. Infelizmente não fomos capazes. Parámos a série de derrotas, é um ponto que fica para o nosso campeonato.”