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Perante uma moldura humana que já há muito tempo não se via – estiveram presentes 49193 espectadores do recinto dos azuis e brancos -, a equipa orientada pelo argentino Martín Anselmi voltou a tropeçar no que à luta pelo título diz respeito. À 21ª jornada da principal competição portuguesa, o FC Porto vê-se numa situação extremamente complicada, pois este empate deixa os dragões a oito pontos do Sporting e pode ficar a quatro de diferença do Benfica, caso o conjunto da Luz vença o jogo que ainda vai disputar com o Moreirense. E o cenário até pode ser mais delicado, correndo o risco de no final desta ronda ficar em igualdade pontual com o Braga, se os minhotos ultrapassarem em Barcelos o seu vizinho Gil Vicente.
Se no panorama meramente contabilístico há motivos para preocupação, já no plano exibicional nem se pode dizer que este confronto com os leões tenha sido assim tão mau. O Sporting teve uma primeira parte de maior acerto e chegou ao intervalo a vencer, fruto do golo apontado pelo espanhol Iván Fresneda, aos 42 minutos, ao dar a melhor sequência a uma magistral jogada pela esquerda do atacante Geovany Quenda, que “partiu” por completo a defesa portista. Antes, o médio canadiano dos dragões Stephen Eustáquio ainda enviou uma bola à barra, para pouco depois o atacante espanhol Samu falhar por pouco um vistoso chapéu ao guardião leonino Rui Silva. Estas foram duas situações que bem poderiam ter mudado o figurino, ainda que o Sporting se tivesse mostrado sempre mais assertivo e perigoso, mesmo sem contar com o possante atacante sueco Viktor Gyokeres, que voltou a sentar-se no banco de suplentes.
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Dragões quase encostam leões às cordas… e confusão no final
A segunda parte do encontro foi praticamente do FC Porto. Contrastando com a pálida exibição dos primeiros 45 minutos – futebol aos repelões, muitos passes falhados e completa falta de concentração nos momentos de construção -, os azuis e brancos viriam a revelar significativa melhoria na etapa complementar. As entradas de Fábio Vieira e de Gonçalo Borges tiveram o condão de dar mais profundidade ao ataque, acentuada depois com a chamada a jogo do inglês Danny Namaso e do recém-chegado atacante brasileiro William Gomes (ex-São Paulo). O facto é que o FC Porto encostou os leões às cordas e esteve sempre bem mais perto do golo. Que o diga o guardião Rui Silva, obrigado a efetuar uma defesa muito apertada a remate do internacional brasileiro Pepê. Os dragões atacaram com tudo o que tinham à mão e o Sporting teve mesmo de recorrer ao japonês Morita e ao sueco Gyokeres no intuito de impor um maior respeito à defesa adversária.
E foi na parte final do encontro, já em período de descontos (90+4 minutos) que o FC Porto fez levantar o estádio com o tento do empate apontado por Danny Namaso, assistido por Samu, depois de uma primorosa jogada de Fábio Vieira. Caía por terra a hipótese de o Sporting vencer de novo no Estádio do Dragão, o que não acontece há quase nove anos. Antes do apito final, Quenda caiu na área dos dragões, aparentemente derrubado pelo defesa José Pedro, mas tanto o árbitro João Pinheiro como o VAR nada assinalaram. O certo é que o caso mereceu fortes protestos dos homens do conjunto de Alvalade, com o brasileiro Matheus Reis e o marfinense Ousmane Diomande, que encostou a cabeça a Fábio Vieira, a verem o cartão vermelho. Final de jogo polémico, obviamente não desejável, mas nada que não seja um “filme” visto e revisto nos palcos de futebol.
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Martín Anselmi (treinador do FC Porto): “Nós queríamos ganhar e ficar com os três pontos, mas acho que a identidade da nossa equipa se conseguiu ver hoje no campo, porque lutámos até ao final e nisso fico muito contente, pela forma como competimos até ao final. Acho que se jogássemos mais um ou dois minutos poderíamos ter conseguido os três pontos. O campeonato é muito longo e vamos até ao fim. O FC Porto pode acreditar no título até ao final e acredito que se jogarmos assim vamos ficar mais perto de disputar o campeonato.”
Rui Borges (treinador do Sporting): “Na primeira parte fomos claramente melhores com e sem bola. A única chance de golo deles foi uma perda de bola do Inácio. O FC Porto estava adormecido e não chegava à nossa baliza. Na segunda parte não entrámos muito bem, fomos baixando, perdendo confiança, tentamos ajustar com uma linha de cinco para defender a largura do FC Porto. Perdemos algum fulgor físico, baixámos as linhas, fomos controlando até perto do final. É um jogo ingrato em que podíamos ter sido mais inteligentes na segunda parte. Perdemos o equilíbrio nos últimos cinco minutos e não podemos fazer isso.”