Após um ano de ressaca, com apenas um título nos cinemas, a Marvel Studios começa seu 2025 com o primeiro de três lançamentos programados: Capitão América: Admirável Mundo Novo, que estreou na última quinta-feira, 13. O longa-metragem é uma amostra da nova fase do estúdio, colocando Anthony Mackie como o personagem-título, após oito anos de Chris Evans, e Danny Ramirez, por sua vez, substituindo o próprio Mackie como o Falcão.
É, basicamente, uma continuação daquilo que foi mostrado na série Falcão e o Soldado Invernal, com Sam Wilson (Mackie) lutando para conquistar seu posto como Capitão após receber o escudo das mãos de um envelhecido Steve Rogers em Vingadores: Ultimato.
“É um filme baseado na realidade, embora tenha um grande cara vermelho correndo por aí jogando coisas”, disse Mackie, ao Estadão, em entrevista realizada em novembro do ano passado durante a passagem do elenco pelo Brasil. E é isso que pode ser atestado agora, com o lançamento do longa-metragem: há um clima generalizado de thriller político em toda a produção, lembrando bastante o que foi visto (e muito elogiado) em Capitão América 2
O tal “cara vermelho” é o temido Hulk Vermelho – e que nos materiais de divulgação do filme já ficou claro que é uma transformação do presidente Thaddeus Ross, interpretado por um empenhado Harrison Ford. É uma das ameaças enfrentadas por Sam Wilson e seu parceiro, o alívio cômico Joaquin Torres (Ramirez), sob o manto de Falcão.
“Ele é tipo o Neymar no Santos, antes de sair do clube. Agora ele está voltando, mas, naquela época, era jovem, cheio de energia e criatividade. Ele tem estilo, tem aquela pegada especial”, descreve Ramirez, em conversa com o Estadão, ao falar como é Torres. “Obviamente, ele está empolgado por fazer parte de uma parceria com um de seus heróis. É um cara que quer impressionar e, é claro, ele está sempre pronto para entrar no jogo.”
O filme é um recomeço para os personagens do Capitão América e Falcão. Assim como também é uma oportunidade de ouro para Mackie – no universo da Marvel desde 2014, mas sempre em segundo plano – e para Ramirez, que está sentindo agora o gostinho do que é estar nos holofotes dessa maneira, abraçando um personagem de peso no MCU, o Universo Cinematográfico da Marvel.
“Tem sido um sonho realizado que eu nem sabia que tinha. Porque, no começo, eu nem imaginava que isso fosse possível”, diz Danny, sem esconder a empolgação. “Todo mundo, em cada função, está entre os melhores do mundo no que faz. É um privilégio enorme estar cercado por isso sempre, até mesmo quando estamos fazendo entrevistas de imprensa.”
![Novo Capitão América](https://www.portalr3.com.br/wp-content/uploads/2025/02/20250215-novocapitaoamerica.jpg)
Futuro da Marvel
Apesar de ser um assunto que já desperta certo cansaço, não dá para parar de questionar: como a Marvel se ajusta para seu futuro nos cinemas? Ao Estadão, em entrevista realizada também no Brasil no final do ano passado, o chefão da Marvel nos cinemas, Kevin Feige, se recusou a admitir que o estúdio estaria passando por alguma crise após lançar apenas um filme em 2024 – e ter desempenhos ruins de crítica e de bilheteria um ano antes, com títulos fracos nas telonas como Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania ou As Marvels.
“Existem muitas franquias que não lançam nenhum filme por ano. Quando lançamos só um filme, as pessoas perguntam: ‘o que aconteceu? Só um filme?’. Mas foi ótimo”, diz ao Estadão. “Trabalhar nos filmes dos Vingadores demanda muito. Isso nos deu mais tempo para focar nesses filmes que entrarão em produção no início do próximo ano”.
O fato é que Capitão América: Admirável Mundo Novo parece correr atrás do tempo perdido e abre várias novas possibilidades de caminhos para a Marvel. Finalmente busca entender os impactos de Eternos, filme que parecia ter sido apagado da linha do tempo do estúdio, assim como começa a correr contra o tempo para inserir personagens que eram da Fox, como os amados mutantes de X-Men, dentro de uma lógica deste novo momento.
Tudo, no final, parece uma preparação para o que Vingadores: Guerras Secretas promete. “Acho que é pra lá que Guerras Secretas nos leva, ao mundo dos mutantes, de uma maneira muito empolgante”, diz Kevin, ainda com o sorriso enigmático no rosto
E para quem quer fugir de ficar pensando na Marvel Studios como uma grande franquia, é só dar uma olhada no sorriso de Danny Ramirez. Ele confessa que não sabe como será seu futuro no estúdio – se é que há algum futuro para Torres dentro da máquina que é o MCU.
“Estou animado com o que pode surgir após as pessoas me assistirem”, afirma. “Assim, espero que quem ainda não me conhecia, passe a saber quem sou. Gostaria de ter a chance de participar de filmes independentes incríveis, que talvez ainda nem tenham sido idealizados. Espero expandir minhas possibilidades de trabalho internacionalmente e agregar valor aos projetos que faço. Poder apoiar filmes de orçamento menor”
Ele finaliza: “Estou animado para ver para onde isso vai. Quem sabe? Mas mal posso esperar para continuar indo ao Brasil por causa disso. Para a CCXP, para a D23 e para o próximo jogo do Santos.”