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FC Porto empata com o Vitória de Guimarães no Dragão e não aproveita deslize do Sporting na Primeira Liga

Os azuis e brancos marcaram primeiro e consentiram o golo do empate já perto do final da partida. Novo sistema defensivo de Martín Anselmi começa a ser colocado em causa

Equipa do FC Porto perfilada no momento de homenagem a Pinto da Costa. (Foto: FC POrto)

Os azuis e brancos voltaram a não aproveitar uma soberana oportunidade para ficarem a apenas quatro pontos do comandante Sporting, que empatou a duas bolas no terreno do AVS SAD. Nas contas do título, quando faltam onze jornadas para terminar a principal competição portuguesa de futebol, o FC Porto tem agora seis pontos de desvantagem para os adversários mais diretos. O Benfica venceu o seu jogo com o Boavista, último classificado da tabela, por três bolas a zero, acabando por ser o maior beneficiado da 23ª ronda do campeonato. O terceiro lugar dos dragões é repartido com o Braga, pelo que a situação não deixa de ser preocupante, pois só os dois primeiros lugares permitem o acesso à Liga dos Campeões.

Martín Anselmi trouxe para os dragões um conceito de jogo diferente, pois é adepto da utilização de uma linha defensiva a cinco com a inclusão de três centrais de raiz, em contraste como o 4X4X2, esquema tático que há muito estava implantado no FC Porto. O sistema, em si, poderia até resultar, mas para isso era necessário que os dragões estivessem devidamente municiados de bons centrais, que de momento não tem. Ou, por outras palavras, os jogadores são ainda muito jovens e esta aprendizagem das novas rotinas que o treinador argentino pretende implementar não têm surtido efeito. O último triunfo do emblema do Dragão para a Primeira Liga remonta a 28 de dezembro, dia em que o antigo presidente Pinto da Costa celebrou o 87º aniversário, na robusta vitória (4-0) sobre o Boavista.

Pinto da Costa, o Presidente dos Presidentes, falecido no passado dia 15 de fevereiro, foi alvo de mais uma homenagem antes do início deste encontro, com a colocação de duas tarjas gigantes nas bancadas. Nos ecrãs do estádio passaram imagens, bem como frases marcantes, de um rico historial dos 42 anos do reinado daquele que transformou um clube de âmbito regional numa das maiores potências europeias e mesmo mundiais. Os 44142 espectadores que acorreram ao Dragão numa noite de temporal, com muito frio e diluviana, aplaudiram e entoaram o nome do antigo dirigente durante largos minutos, numa sentida homenagem, que por certo não terá sido a última.

Quanto ao jogo, já o assinalamos, a equipa portista utilizou a tal defesa a cinco com a inclusão de três centrais, com a inclusão pela primeira do defesa argentino Tomás Pérez, de apenas 19 anos. Anselmi promoveu cinco alterações em relação ao encontro com a Roma, que afastou os dragões da Liga Europa, sendo as mais notadas as de Samu e de Eustáquio, ambos de “castigo”, mas no banco de suplentes e até utilizados. O atacante espanhol usou um discurso considerado depreciativo para com os seus companheiros no final do encontro com os romanos – depois pediu desculpa nas redes sociais -, enquanto que o internacional canadiano foi expulso por agressão a um adversário, deixando a equipa muito fragilizada na zona intermediária.

Entrada do brasileiro William Gomes deu outra dinâmica
O FC Porto bem tentou pressionar alto, mas entre passes para o lado para trás e uma imensidão deles falhados, contribuiu para que os vimaranenses não sentissem grandes dificuldades no seu último reduto. Um remate mais intencional de Gonçalo Borges ligeiramente ao lado da baliza foi, praticamente, tudo o que se viu na primeira parte. Para agudizar o panorama, a lesão do internacional brasileiro e aniversariante Pepê, aos 28 minutos, ajudou a retirar clarividência ao meio-campo, ainda que o grande problema não resida propriamente neste sector. É no bloco defensivo que está o maior problema dos dragões, pois os centrais, muito jovens, acusam o peso da inexperiência. E, convenhamos, falta classe para dar profundidade ao jogo ofensivo, quer através de passes médios ou de longa distância.

Já o segundo período foi diferente, principalmente a partir da entrada do brasileiro William Gomes, contratado ao São Paulo, do Brasil, no período em que o mercado de Inverno esteve aberto. Rápido e desconcertante, o jovem extremo de 18 anos deu logo outra velocidade ao jogo, mas foi Fábio Vieira, aos 67 minutos, a proporcionar o grande momento da noite: um autêntico golaço do internacional português ao tirar da cartola um momento mágico, desferindo no interior da área um vistoso remate que fez levantar o estádio. Os portistas revelavam-se bem mais atrevidos, mas já perto do final da partida o atacante guineense Úmaro Embaló isolou-se desde o meio campo e foi por ali fora até desfeitear o guardião Diogo Costa. Um momento complicado para os dragões – mais um a somar a tantos outros – e lá vieram os assobios e apupos na despedida de um encontro que deixa o FC Porto em maus lençóis nas contas do título.

Martín Anselmi (treinador do FC Porto): “Desperdiçámos pontos, tivemos um desgaste grande para conseguir a vitória. O Vitória joga bem, sabe ter a bola. Fomos pressionantes durante toda a primeira parte e na segunda. Creio que soubemos defender-nos com bola para conseguir o 2-0 e, perto do fim, numa bola parada que não soubemos executar, desperdiçámos a vantagem”.

Luís Freire (treinador do Guimarães): “Era um grande desafio para nós, contra uma equipa a precisar de ganhar, com um estádio cheio. Fomos inteligentes e maduros. Perdemos algumas bolas porque quem quer jogar vai sempre perder bolas. Fomos subindo o bloco e na segunda parte o jogo foi muito dividido. Arriscámos, chegámos ao golo. Saio muito satisfeito com a atitude e ambição dos meus jogadores”.

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Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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