Países oferecem ajuda a Zelenski e plano para fim da guerra após bate-boca na Casa Branca

O premiê britânico, Keir Starmer, disse que após conversas com Zelenski e Macron numa cúpula de segurança que reúne países europeus em Londres, neste domingo, 2, Reino Unido, França e "possivelmente mais um ou dois países" trabalharão com Kiev em um plano de paz que será apresentado aos EUA

Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy em Munique, Alemanha, em 14 de fevereiro de 2025. (Foto oficial do Departamento de Estado

O Reino Unido e a França trabalharão juntos com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, para apresentar plano de paz a Washington que ponha fim à guerra da Rússia na Ucrânia.

O premiê britânico, Keir Starmer, disse que após conversas com Zelenski e Macron numa cúpula de segurança que reúne países europeus em Londres, neste domingo, 2, Reino Unido, França e “possivelmente mais um ou dois países” trabalharão com Kiev em um plano de paz que será apresentado aos EUA. “Acho que demos um passo na direção certa”, disse Starmer à emissora britânica BBC

“Temos que encontrar uma maneira de todos trabalharmos juntos. Porque, no final, tivemos três anos de conflito sangrento. Agora precisamos chegar a essa paz duradoura”, disse Starmer.

Starmer e os presidentes da França e da Ucrânia, Emmanuel Macron e Volodmir Zelenski, viajaram separadamente para Washington nesta semana para se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump, e buscar uma paz duradoura para um conflito que já está em seu terceiro ano.

Cerca de 15 líderes, aliados da Ucrânia, estão se reunindo em Londres neste domingo para buscar acordos de segurança e demonstrar apoio ao país europeu após o bate-boca entre Donald Trump e Zelenski na Casa Branca.

Líderes da França, Alemanha, Dinamarca, Itália, Turquia, Holanda, Noruega, Polônia, Espanha, Finlândia, Suécia, República Tcheca e Romênia foram convidados para a reunião, uma iniciativa do primeiro-ministro britânico.

O chefe da Otan, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também foram convidados para a cúpula, que contará com a presença do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

A Ucrânia e a Europa estão acompanhando com preocupação a aproximação entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, que iniciou negociações bilaterais para acabar com a guerra sem convidar a Ucrânia ou os europeus.

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O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a mudança radical na política externa dos EUA em relação à Rússia estava “amplamente” alinhada com a visão de Moscou, em uma entrevista transmitida pela televisão estatal no domingo.

De acordo com Downing Street, as conversações em Londres se concentrarão no “fortalecimento da posição da Ucrânia, incluindo o apoio militar contínuo e o aumento da pressão econômica sobre a Rússia”. Os participantes também discutirão “a necessidade de a Europa desempenhar seu papel na defesa” e os “próximos passos no planejamento de fortes garantias de segurança” no continente, dado o risco de retirada do guarda-chuva militar e nuclear dos EUA.

Bate-boca entre Trump e Zelenski

Poucas horas após a confirmação da organização dessa cúpula, as preocupações foram desencadeadas pela briga verbal de sexta-feira na Casa Branca, na qual Trump repreendeu Zelenski, acusando-o de brincar “com o risco de uma 3ª Guerra Mundial”.

Após o incidente, Zelenski recebeu apoio da maioria dos líderes europeus e também de outros líderes mundiais. Zelenski, após a altercação com Trump, chegou a Londres no sábado para participar da cúpula deste domingo e se reuniu por cerca de uma hora com o primeiro-ministro britânico em sua residência em Downing Street

Starmer disse à BBC na entrevista deste domingo que “ninguém quer ver” cenas como as da Casa Branca, embora tenha observado que “está claro para mim que ele [Trump] quer uma paz duradoura”

Starmer disse a Zelenski em Londres no sábado que ele era “muito bem-vindo” e insistiu na “determinação absoluta” do Reino Unido em apoiar a Ucrânia em seu conflito com a Rússia.

Dezenas de pessoas reunidas do lado de fora da Downing Street aplaudiram o presidente ucraniano, que também se encontrará com o rei britânico Charles III neste domingo.

Zelenski ficou grato

Na recepção, Zelenski agradeceu “ao povo do Reino Unido por seu grande apoio desde o início desta guerra”.

Logo após a reunião entre Starmer e Zelenski, os dois governos assinaram um acordo para um empréstimo britânico de 2,26 bilhões de libras para apoiar as capacidades de defesa da Ucrânia.

“O dinheiro será usado para construir armas na Ucrânia”, disse Zelenski no Telegram.

A reunião deste domingo em Londres acontece antes de outra cúpula europeia extraordinária sobre a Ucrânia, marcada para 6 de março em Bruxelas. Zelenski insistiu no sábado que o apoio de Trump continua sendo “crucial” para a Ucrânia, apesar de uma conversa tensa com seu colega americano na Casa Branca no dia anterior.

Zelenski também disse no site de rede social X que estava pronto para assinar com Washington o acordo sobre os minerais ucranianos, que foi deixado no ar depois que ele foi prematuramente expulso da sede presidencial dos EUA após a acirrada discussão.

A Rússia classificou a visita de Zelenski a Washington como um “completo fracasso político e diplomático”, como disse a porta-voz diplomática russa Maria Zakharova no sábado, acusando Zelenski de “rejeitar a paz”.

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que pediu a Zelenski que “consertasse” seu relacionamento com Trump. “Temos que ficar juntos, os Estados Unidos, a Ucrânia e a Europa, para levar a Ucrânia a uma paz duradoura”, insistiu ele.

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