
Segundo Perfil ‘Dona de Negócio no Brasil’, com base na PNAD Contínua, dados divulgados em junho de 2024, 51,5% das mulheres que empreendem no Brasil tem entre 30 e 49 anos, sendo 55,9% no setor de serviços, com cerca de 35 horas semanais dedicadas ao negócio. No mês em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres, uma dessas empreendedoras compartilha a sua história.
Era uma vez uma criança, sonhadora e criativa, influenciada pelo pai. No teatro desde os 14 anos, atuou como atriz e professora até a pandemia, quando precisou se reinventar. Bruna Guimarães, 32 anos, moradora de Ilhabela (SP), é produtora cultural, atriz e criadora do ‘Plantadeira de Histórias’. “Com o apoio do Sebrae, estudei empreendedorismo e transformo memórias em vídeos personalizados. O projeto cresceu, alcancei metas e desenvolvi parcerias importantes. Além disso, reencontrei um amigo, com quem compartilho vida e trabalho. Hoje, sou noiva, mãe e empreendedora, com planos concretos”, conta.
Segundo ela, o empreendedorismo sempre esteve presente na família, mas ela nunca se via como empreendedora, pois tinha dificuldade com números e achava que abrir um negócio era algo distante. “Durante a pandemia, ao acessar histórias empreendedoras e cursos do Sebrae, descobri o empreendedorismo digital, que me mostrou ser possível começar sem investimentos, apenas com criatividade e um celular. Isso me deu coragem para empreender, criar meus vídeos e deixar de esperar por oportunidades, entendendo que o digital tornava o empreendedorismo acessível para mim.”
Após participar de cursos on-line e da FINCC (Feira Internacional de Negócios Criativos e Colaborativos), Bruna começou a enxergar o empreendedorismo como uma possibilidade real. “Meu maior desafio foi mudar minha mentalidade e meu meio. Precificar meu trabalho, vender sem culpa e aumentar meu nível de merecimento exigiu transformação. Além disso, precisei me desprender de ambientes e relações que já não faziam sentido, recomeçando com novas crenças e cercada de pessoas alinhadas com minha nova fase. Foi desafiador, mas essencial para meu crescimento”, diz.

De todos os cursos que participou, ela destaca o Empretec. “Essa imersão de seis dias foi um divisor de águas na minha vida, trazendo autoconhecimento, clareza sobre minhas forças e fraquezas e uma grande transformação. A maioria dos cursos que fiz foi na pandemia e o Empretec em 2022, e eles foram essenciais para meu crescimento como empreendedora.”
Ela explica que, após o Empretec, a maior inovação foi aplicar as ferramentas aprendidas para definir e alcançar uma meta audaciosa: juntar R$ 10 mil em três meses com o trabalho na Plantadeira de Histórias e investir na abertura do próprio estúdio. “Planejei, organizei e executei cada passo, conseguindo inaugurar o espaço dentro do prazo estabelecido. Atualmente, tenho uma cabine acústica em minha casa, devido à maternidade. E o maior aprendizado que tive foi a escolha de ser protagonista da própria história, para isso é preciso se desafiar, sair da zona de conforto, ter autorresponsabilidade, e assim eu sigo a jornada, em eterna transformação.”
Novos projetos
No último semestre da faculdade de empreendedorismo e novos negócios, Bruna segue com mais sonhos. “Estou com um projeto novo chamado ‘Conta Nossa História’, voltado para histórias de casais que pretendem passar o vídeo da história no dia do seu casamento. Meu esposo é saxofonista e estamos indo para esse mercado de casamento, que é bem promissor em Ilhabela e Litoral Norte de São Paulo. Estamos investindo em equipamentos de som e futuramente em telão de led, a ideia é levar tanto a história no telão, quanto música ao vivo. Além de que pretendo também começar a celebrar casamento, contando as histórias ao vivo, vestida de Plantadeira de Histórias. Tenho ainda uma palestra e projetos de educação empreendedora nas escolas. Nossa meta é liberdade financeira, geográfica e, principalmente, de tempo em até 10 anos.”
E para as mulheres que empreendem, a Plantadeira de Histórias deixa uma mensagem especial: “Se você, mulher, ousou pensar diferente… Se você desafiou o que disseram que era seu destino… Se você escolheu ser a autora da sua própria história, eu celebro você! Porque foi através de histórias como a sua que eu encontrei esperança. Foi por você, por sua coragem, por sua luz em meio à escuridão, que eu pude recomeçar e não desistir.”
* Com informações do Sebrae-SP