Benfica perde em Barcelona (3-1) e tomba nos “oitavos” da Liga dos Campeões

Os catalães dominaram completamente a eliminatória e podiam ter chegado à goleada. A derrota tangencial no jogo da primeira mão na Luz foi fatal para as aspirações dos encarnados

O jovem espanhol Lamine Yamal, de apenas 17 anos, marcou a diderença. (Foto: SL Benfica)

Sabia-se à partida que o Benfica teria de estar a um nível muito alto para seguir em frente na mais importante e milionária prova de clubes que se disputa na Europa. O desaire no encontro do Estádio da Luz (0-1) podia ser revertido, mas era necessária uma grande exibição em casa de um adversário que possui argumentos de peso, ou seja, jogadores muito acima da média, casos dos internacionais espanhóis Lamine Yamal, de apenas 17 anos, e do cerebral médio Pedri, ou do extremo brasileiro Raphinha, autor do único tento com que os catalães saíram vitoriosos do encontro de Lisboa. A jogar no Estádio Olímpico Luís Company – o Camp Nou está em obras -, o Barcelona fez o que quis da formação de Bruno Lage, que, apesar de tudo, sai da prova de cabeça erguida.

Quem estava à espera de uma surpresa, obviamente legítima, cedo começou a ver as coisas mal encaminhadas. Como era previsível, o Barcelona lançou-se ao ataque desde o apito inicial do árbitro e chegou ao golo logo à passagem do 11º minuto: jogada magistral de Lamine Yamal a tirar Florentino do caminho com uma soberba simulação e a bola sobra para Raphinha encostar e abrir naturalmente o marcador. O talentoso jogador que em Portugal representou o Guimarães e o Sporting já leva nesta época quatro golos nos três jogos que os espanhóis disputaram com o Benfica.

Num ápice, volvidos apenas dois minutos, os encarnados ainda chegaram a ver a luz ao fundo do túnel, quando o central Nicolas Otamendi empatou o encontro na sequência de um lance de bola parada. O dinamarquês Scjjelderup bateu um canto, a bola desviou no avançado polaco Robert Lewandowski, que acorreu a dar uma ajuda à sua defesa, e a bola sobrou para o capitão dos encarnados, que empatou a partida com um golpe de cabeça. A desvantagem na eliminatória voltava a ser mínima, só que o conjunto culé não esteve pelos ajustes. E foi Lamine Yamal que, aos 27 minutos, brilhou a grande altura. O jovem dianteiro espanhol recebeu a bola na direita, ultrapassou a marcação de Tomás Araújo, e rematou em arco e bem colocado, fazendo um daqueles golaços de levantar o estádio. Já quase no fecho da primeira parte, aos 42 minutos, Raphinha fez o 3-1 a passe do lateral Alexandre Balde, depois de uma perda de bola dos encarnados, sentenciado logo aí a eliminatória.

Controlar sem descurar o ataque

O segundo período do encontro foi jogado de forma mais pousada pelos homens da casa, que tiveram sempre o controlo das operações e até podiam ter dilatado a vantagem em duas ocasiões mais flagrantes. Assim como o Benfica teve hipótese de chegar a novo golo num lance aos 86 minutos, protagonizado por Amdouni. O meio-campista suíço cabeceou ao segundo poste, após cruzamento de Otamendi, mas o lateral francês Jules Koundé apareceu para evitar que a bola chegasse à baliza. Tudo feito e bem feito pelo Barcelona. Claro que a eliminatória começou a ser perdida no jogo da primeira mão, mas o Benfica saiu da Champions com a sensação do dever cumprido, pois a mais não era obrigado. O conjunto catalão não é de outra galáxia, mas foi muito melhor, como provou nos dois jogos, do que a formação encarnada.

Bruno Lage (treinador do Benfica): “Ficámos com um sentimento de frustração, podíamos ter feito melhor no conjunto dos dois jogos e a forma como sofremos os golos penalizam-nos um pouco. Em termos defensivos, permitimos que os melhores jogadores do Barcelona tivessem sucesso nas ações individuais. Sabíamos das dificuldades que íamos ter e hoje fechamos o trabalho na Liga dos Campeões. Agora o foco é total nas duas

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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