Clássica de Santo Tirso animou Norte do país antes da Volta ao Alentejo, uma das provas de maior cartaz em Portugal

Em terra de jesuítas Fábio Costa (Anicolor / Tien21) repetiu o triunfo do ano passado. O ciclismo é rei na terra do Colégio das Caldinhas, para onde Pinto da Costa foi estudar na sua juventude

A equipa Anicolor – Tien21 venceu a clássica de Santo Tirso aravés do seu corredor Fábio Costa. (Foto: Vaz Mendes)

Uma verdadeira multidão viveu intensamente mais uma jornada de ciclismo para assistir à terceira edição da Clássica de Santo Tirso, que reuniu os conjuntos continentais profissionais portugueses, bem como as equipas de clube, onde mais uma vez esteve presente a SOMA GROUP, de Lordelo, Paredes. O conjunto liderado pelo ex-corredor José Barros voltou a revelar estar num apreciável momento de forma, mas obviamente que neste tipo de provas o favoritismo vai para as formações mais experimentadas. E o triunfo individual voltou a sorrir a Fábio Costa, de 25 anos, atleta da agora denominada equipa Anicolor / Tien 21, vencedora da última edição da Volta a Portugal.

O triunfo do atleta natural de Ermesinde, concelho do Porto, resultou num feito importante para a sua equipa, pois acaba por marcar a história do Clube Desportivo Fullracing, estrutura que este ano tem um novo naming. O conjunto orientado por Rúben Pereira, vencedor da Volta a Portugal em 2024 por intermédio do russo Artem Nych, voltou assim a saborear o primeiro lugar do pódio numa corrida dura e exigente. Num percurso seletivo e com quatro contagens de montanha, a etapa começou por ser animada por uma dupla de fugitivos que acabaram por ser alcançados, para tudo se discutir sob o risco final. E aí Fábio Costa confirmou o favoritismo que lhe era atribuído ao cortar a meta com apenas dois segundos de vantagem para o segundo e terceiro classificados.

Já quanto à SOMA GROUP, a correr “por fora” dado ser uma formação amadora do escalão sub-23, teve nos seus atletas colombianos a prestação exigível. Aliás, a equipa de Lordelo, Paredes, orientada pelo ex-corredor profissional José Barros, ocupa um dos primeiros lugares do respetivo ranking, o que lhe permite estar presente na 42ª Volta ao Alentejo, que se realiza entre os próximos dias 26 e 30 de março. Antes, porém, ainda participará no próximo domingo, dia 23 de março, no Troféu Internacional da Arrábida. Ao longo de 174 quilómetros, o pelotão irá percorrer e promover o território unido pelos concelhos de Palmela, Sesimbra e Setúbal.

O “jesuíta” Pinto da Costa… e os outros jesuítas

Pinto da Costa na sua última visita ao colègio ond estudou na sua juventude. (Foto: Colégio das Caldinhas)

Falecido no passado dia 15 de fevereiro, o eterno presidente do FC Porto Pinto da Costa não aparece neste texto por mero acaso. O antigo líder dos dragões frequentou e estudou no Colégio das Caldinhas, em Santo Tirso até à adolescência, para onde entrou com a idade de 11 anos. Ficou em regime de internato e foi ali que começou a revelar as suas qualidades de estudante de português, francês e música. Profundamente católico e devoto de Nossa Senhora de Fátima, Pinto da Costa pediu, pouco antes da sua morte, aos 87 anos, para que as suas cinzas fossem depositadas ao lado de uma azinheira junto à capelinha das aparições no Santuário de Fátima.

Depois há os doces tradicionais de Santo Tirso, os deliciosos jesuítas, uma especialidade da pastelaria portuguesa, à base de massa folhada, gemas de ovos e açúcar e com uma forma triangular que caracteriza a iguaria de origem conventual. Reza a história que o nome teve origem numa homenagem aos monges jesuítas a que um pasteleiro espanhol deu corpo em 1892. Com mais de 100 anos de história, a confeitaria Moura ganhou justamente a fama pela excelência do seu fabrico, mas em Santo Tirso não faltam locais onde se podem saborear os deliciosos e crocantes docinhos. A especialidade local tem sofrido algumas versões que incluem chocolate ou outros ingredientes, mas a receita original do doce – digo eu – é a que sabe melhor, normalmente acompanhada por uma boa chávena de café com leite. Os habitantes de Santo Tirso são por vezes chamados de “jesuítas”, precisamente por causa da referência ao doce típico da região.

Se um lanche a meio da tarde cai sempre bem, que dizer de uma boa refeição em Santo Tirso! Pois é, estas coisas do ciclismo dão muito trabalho e lá está, abrem o apetite. Nada que não se resolva com a excelente gastronomia da região. O cabrito é sempre um prato apetecido e a sua confeção em forno a lenha irresistível, mas a vitela assada não fica nada atrás. Contudo, um coelho assado, uns rojões ou uma feijoada são opções a ter em conta, mais o “pica no chão”, ou seja, um arroz de cabidela malandrinho com frango criado ao ar livre, o que torna a carne da ave bem mais suculenta. E é isto, só coisas boas aqui pelo nosso Portugal. Nada que no Brasil seja grande novidade, pois este que vos escreve estas linhas já andou por terras do Nordeste e esses rodízios são de comer e chorar por mais.

Turismo sobre rodas com pedalada

No Norte de Portugal o cabrito é um dos pratos mais aprecioados. (Foto: Vaz Mendes)

Já agora, relembramos a quem nos queira visitar, que o nosso clube terá todo o prazer em tornar a estadia em Portugal agradável, oferecendo alguns serviços que poderão ser extremamente úteis aos amantes das duas rodas, mas não só. Assim, a JB Cycling Clube Ciclismo Lordelo coloca à disposição dos visitantes duas viaturas para grupos de turistas, num máximo de oito pessoas. Assim, tragam as bicicletas ou, em alternativa, podem alugar os velocípedes numa das muitas casas que se dedicam a esse tipo de negócio. Uns passeios em zonas como, por exemplo, o Minho, o Douro, o Alentejo ou o Algarve por certo que deslumbram qualquer um. Para que as pedaladas possam correr em segurança e sem problemas, disponibilizamos um mecânico, um massagista, condutores e guia turístico. Para mais informações, os interessados poderão fazê-lo através de contacto telefónico ou para o e-mail constante na página da equipa visíveis no Facebook da equipa SOMA GROUP.

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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