
(Foto: Gustavo Alves/CBAt)
O marchador Caio Bonfim e a saltadora Valdileia Martins são os Melhores Atletas do Ano no Atletismo.
Eleitos por um Júri Técnico, eles foram premiados na noite deste domingo (23/3), na cerimônia do 4º Prêmio Melhores do Ano Loterias Caixa de Atletismo, que reconheceu os destaques do ano olímpico, em festa de gala realizada em São Paulo.
O objetivo da CBAt é reconhecer os melhores desempenhos de atletas, treinadores e clubes, em votação auditada e feita por integrantes da comunidade, público e mídia.
O vice-campeão olímpico Caio Bonfim recebeu 40,54% dos votos; Alison dos Santos, o Piu, medalhista de bronze olímpico nos 400 m com barreiras em Paris-2024, recebeu 21,62% da votação do Júri; e o finalista olímpico do dardo Luiz Maurício Dias da Silva, 13,51%.
No feminino, as mais votadas foram: Valdileia Martins (29,17%), a marchadora Viviane Santana Lyra (16,67%) e a velocista Ana Carolina de Jesus Azevedo (9,72%).
Caio recebeu o seu troféu das mãos da diretora-presidente das Loterias Caixa, Lucíola Vasconcelos. Valdiléia não esteve na cerimônia e foi representada pelo seu treinador, Dino Cintra Aguiar, que recebeu o troféu de Estevão Cezário Queiroz Mariano, Superintendente Nacional de Patrocínio, Eventos e Promoção da Caixa.
“Eu tinha o sonho de ser jogador de futebol. O primeiro ano fomos para uma final fiz dois gols e cheguei em casa dizendo que tinha sido o salvador da Pátria. Meu pai me mandou pedir desculpas ao time porque disse que ninguém fazia nada sozinho.
Quero agradecer ao COB, a CBAt, a Secretaria de Esportes do Distrito Federal, a Caixa e as Loterias Caixa por toda a estrutura que me proporcionaram. Agradecer a minha mulher Juliana, aos meus pais”, disse Caio.
Valdileia (Orcampi-SP) fez 1,92 m na qualificação do salto em altura na Olimpíada de Paris, seu recorde pessoal, igualando o mais antigo recorde brasileiro feminino, de Orlane Maria dos Santos, estabelecida há quase 36 anos, em 11 de agosto de 1989 – o ano de nascimento de Valdileia.
A saltadora chegou à final olímpica com muita superação: enfrentou a difícil notícia da morte do pai, Israel, quando já estava em Paris, e com uma entorse no pé esquerdo sofrida na prova qualificatória.
A saltadora de 35 anos nasceu em Querência do Norte (PR) e deu seus primeiros passos no esporte no assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Pontal do Tigre. Em 2010, mudou-se para São Caetano do Sul, para treinar com José Antônio Rabaça.
Desde 2018, treina no Centro Nacional Loterias Caixa de Desenvolvimento do Atletismo, em Bragança Paulista (SP), com o técnico Dino de Aguiar Cintra Filho.
Caio Sena Bonfim (CASO-DF), de 33 anos, virou a cara da marcha atlética do Brasil. Em sua quarta participação olímpica, coroada com a medalha de prata nos Jogos de Paris, o marchador brasiliense conquistou o título que faltava em sua vitoriosa carreira.
Já são duas medalhas de bronze em Mundiais e quatro medalhas (duas pratas e dois bronzes) em Jogos Pan-Americanos.
A prova, que nem era muito popular no Brasil, sempre foi assunto na casa de Caio. Afinal, ele é filho de Gianetti Sena Bonfim, ex-marchadora, que levou o troféu de Treinadora Destaque do Ano, e de João Sena, que foi treinador da mulher.
Toda a família está envolvida com a disciplina, inclusive como equipe – a família Sena Bonfim é a condutora do CASO, Centro de Atletismo de Sobradinho (DF), que trabalha com crianças e jovens como projeto social e também com o alto rendimento, e já formou outros atletas olímpicos, como Gabriela Muniz e Max Batista.
Caio diz que sempre foi um menino ativo, daqueles que não paravam quietos e davam trabalho na escola. Por isso, sempre foi incentivado à prática esportiva, nas diversas modalidades.
Sua primeira paixão foi mesmo o futebol, e Caio chegou a atuar nas categorias de base do Brasiliense – era lateral esquerdo. Mas, aos 13 anos, fez testes no atletismo, a pedido do pai.
Em 2007, com 16 anos, decidiu virar atleta da marcha atlética – o futebol já tinha gente demais, concluiu Caio.
Cinco anos depois de sua estreia no atletismo, estava disputando sua primeira Olimpíada. Em Londres-2012, aos 21 anos, realizou um sonho, que não era só seu, mas também de Gianetti.
A segunda Olimpíada foi em 2016, no Rio. Caio lembra do privilégio de disputar uma edição dos Jogos em casa, e do “quase” na classificação final: o brasileiro foi quarto colocado, a apenas 5 segundos da medalha de bronze.
Mas um dos grandes ganhos por ter marchado no Brasil foi a vitrine que a Olimpíada trouxe para a marcha.
A disciplina sempre foi alvo de preconceitos pelo balançar dos quadris. Caio afirma que as palavras ofensivas que ouvia ao treinar na rua diminuíram, e os incentivos aumentaram. “Agora a buzina vem acompanhada de um positivo e de alguma frase legal.”
Caio Bonfim já anunciou que disputa mais um ciclo olímpico, até Los-Angeles 2028. Caio já tem assegurados índices dos 20 km e dos 35 km para o Mundial de Tóquio, que será realizado de 13 a 21 de setembro.
Os vencedores das dez categorias:
Clube Formador – AD Centro Olímpico
Clube de Alto Rendimento – Praia Clube
Imagem do Ano – Alexandre Moreiro – Caio Bonfim, na Olimpíada de Paris
Treinador Destaque do Ano – Gianetti de Oliveira Sena Bonfim
Melhor Jovem Revelação Feminino – Hakelly Maximiano da Silva
Melhor Jovem Revelação Masculino – Alessandro Borges Soares
Atleta da galera Feminino – Amanda Miranda
Atleta da Galera Masculino – Alison dos Santos
Melhor Atleta do Ano Feminino – Valdiléia Martins
Melhor Atleta do Ano Masculino – Caio Bonfim