
A fase de verão da OPERANTAR XLIII chega ao fim neste sábado, 12 de abril, garantindo a presença do País no continente branco há mais de quatro décadas. Ao longo de quase seis meses de intensas atividades na região austral, o Brasil mobilizou uma verdadeira força-tarefa — reunindo militares, cientistas e tecnologia de ponta — para assegurar o futuro da pesquisa nacional na Antártica.
Durante o período, os navios “Almirante Maximiano” e “Ary Rongel” garantiram o suporte logístico essencial à Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e ao trabalho de 165 pesquisadores brasileiros. Foram transportados 400 mil litros de óleo diesel antártico, 10 toneladas de suprimentos e diversas peças de reposição, assegurando o pleno funcionamento da estação, o desenvolvimento das pesquisas científicas e o bem-estar das equipes que operam na região.
A operação contou ainda com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), que realizou seis voos com aeronaves “KC-390” entre o Rio de Janeiro (RJ) e Punta Arenas, no Chile — com escala em Pelotas (RS) —, possibilitando o revezamento das equipes de pesquisa e o transporte de materiais estratégicos.

Ciência, preservação ambiental e cooperação internacional
Entre os destaques no campo logístico desta OPERANTAR está a continuação da remoção do antigo heliponto da Estação Antártica Comandante Ferraz, conduzido por militares da Marinha do Brasil (MB). Em uma operação minuciosamente planejada, foram utilizados cortadores a plasma para o desmonte das estruturas metálicas, que resistiram por décadas às condições extremas do continente. Todo o material foi transportado de volta ao Brasil, em cumprimento ao princípio fundamental do PROANTAR de preservar o meio ambiente antártico — deixando a região exatamente como foi encontrada e removendo estruturas em desuso.
Além dos avanços logísticos e ambientais, o Brasil também reforçou seu papel no cenário internacional ao cooperar com programas antárticos de oito países, incluindo Argentina, Chile, Polônia, Rússia e Canadá, em alinhamento com os preceitos do Tratado da Antártica.
O Brasil que investiga o futuro do planeta
A Antártica é um dos territórios mais estratégicos do planeta, guardando respostas sobre o clima, os oceanos e os impactos das ações humanas sobre o meio ambiente. Investir em ciência polar é, cada vez mais, uma questão de soberania, desenvolvimento e preparação para os desafios globais do futuro.