Assista a reportagem em vídeo da abertura da exposição no Palacete 10 de Julho
O Centro de Memórias Barão Homem de Mello, que fica no Palacete 10 de Julho, em Pindamonhangaba, recebe a sua primeira exposição oficial, que foi aberta na segunda-feira (15).
A mostra traz ao público, pela primeira vez, peças e objetos encontrados na Fazenda São Sebastião (século XIX), que fica no bairro Ribeirão Grande, área rural da cidade e que pertenceu a Baronesa Benedita Emília Bicudo de Siqueira Salgado Lessa, que depois recebeu também o título Viscondessa de Paraibuna, em 19 de junho de 1887, por seus serviços prestados à religião e caridade.
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Segundo estudos feitos por uma empresa contratada pela proprietária do local, a Fibria, a Fazenda São Sebastião, não teria sido um local para plantação de café, comum e muito valioso na época, tanto que o café era chamado de ‘ouro verde’, dado o seu valor naquele período, mas sim um local para plantação de subsistência, como milho, feijão, mandioca, dentre outros. O que era produzido ali, servia para alimentar a família e o grande número de escravos que eram de propriedade da Viscondessa.
Sabe-se também que a fazenda foi uma fornecedora de madeiras de boa qualidade para se fazer batente de ferrovias, que estavam começando naquela época. Tal fato foi encontrado em uma contrato de investimento feito pelo Banco do Brasil, como revelou uma das consultoras da empresa A&T, que presta serviços para a atual proprietária da fazenda.
O tempo passou, a Votorantim comprou a área de 1.600 hectares da fazenda. Depois de averiguar e encontrar vestígios importantes no local onde era a antiga sede da fazenda, a proprietária das terras contratou uma empresa para fazer um estudo histórico e arqueológico no local.
Em 1992, a Fazenda São Sebastião foi declarada Sítio Arqueológico do Ribeirão Grande. Em 1994, a Votorantim, registrou o sítio no IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Em 2009, Votorantim, dona do local, se juntou com a Aracruz e formou a Fibria, considerada, atualmente, a maior empresa produtora de celulose de eucalipto do Brasil. A Fibria passou então a ser proprietária das terras, que ficam no Ribeirão Grande, aos “pés da Serra da Mantiqueira”.
E a empresa continuou a preservar o que já vinha sendo realizado e ainda criou novos projetos para conhecer e divulgar ainda mais a história do local. Mais de 300 peças e objetos já foram encontradas na fazenda, mostrando que ainda há muito a ser buscados pelos arqueólogos naquela região.
Fibria já recebeu alunos e professores para diversos tipos de visita, algumas para mostrar a importância histórica e outras para chamar a atenção para a parte ecológica da fazenda, que de acordo com pesquisas feitas por empresas especializadas, contratadas pela própria proprietária, na região foram encontradas mais de 590 espécies de plantas, 59 espécies de mamíferos, 27 tipos de anfíbios, 37 de peixes, 10 tipos de aves, além de mais de 70 nascentes de água.
Diante de tamanha esplendorosidade histórica e ecológica da fazenda, a exposição no Palacete 10 de julho, é apenas uma pequena amostra de tudo o que existe neste ‘cantinho’ situado no Ribeirão Grande, área rural e belíssima de Pindamonhangaba.
O Palacete 10 de Julho fica na avenida Deputado Claro César, na região Central de Pindamonhangaba. Informações podem ser obtidas pelo telefone (12) 3648-1779 ou 3642-1515
