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Exposição mostra a vida no Bom Retiro na década de 1970

Macaro é um dos pioneiros da foto artística no Brasil, diz  o  curador  da  mostra. (Foto: Divulgação/Pinacoteca)
Macaro é um dos pioneiros da foto artística no Brasil, diz o curador da mostra. (Foto: Divulgação/Pinacoteca)
O Bom Retiro e a Luz, bairros da região central da cidade de São Paulo, na década de 1970, são o tema da exposição do fotógrafo Cristiano Mascaro em cartaz na Pinacoteca de São Paulo. A série de 41 fotos da época foi encomendada pela direção do museu como uma forma de aproximar a instituição da vizinhança.

“Até hoje, a gente tem um certo afastamento do nosso entorno. Hoje em dia tem uma cracolândia, outras características. Mas o Bom Retiro em si, foi sempre um bairro meio migrante. Até nas fotos a gente sente que ainda permanecem algumas características que são comuns”, dlz o curador da exposição, Pedro Nery, sobre as características do bairro e a relação com a Pinacoteca.

As ruas, que lembram as de cidade do interior, são mostradas por meio de um olhar que mistura o fotojornalismo com tendências mais geométricas e abstratas. “Tem hora que as fotos beiram a abstração total e parece que olhar geométrico se coloca à frente do conteúdo da foto, que saí um pouco do fotojornalismo. E, às vezes, é uma combinação excelente entre geometria e o aspecto do instantâneo, o flagrante que é muito importante para o fotojornalismo”, comenta Nery.

O conjunto, o primeiro da coleção fotográfica da Pinacoteca, tem uma unidade que se relaciona a reportagem, mas com uma conotação subjetiva, que flerta com a crônica. “O fotojornalismo tem um pouco isso, a ideia de uma reportagem fotográfica que é muito importante para essa geração de fotojornalistas que atravessaram as décadas de 1960 e 1970. É uma espécie de crônica não textual, visual”, acrescenta o curador.

A combinação de influências, explica Nery, caracteriza a própria carreira de Mascaro, que, como muitos de sua geração, começou no fotojornalismo e passou a trabalhar em linguagens específicas da fotografia. “Ele é um dos pioneiros da foto artística. E tem esse forte vínculo com a década de 1970 de trazer os aspectos cotidianos”, informa Nery sobre o fotógrafo, que começou a carreira em 1968 na revista Veja.

A interação dos estilos pode ser vista, por exemplo, na foto de uma escultura retratada em um ângulo em que a mulher parece olhar de soslaio. “A escultura parece que ganha movimento. Parece que é uma pessoa olhando meio de lado. Dá uma espécie de humanizada na escultura”, diz o curador, ao lembrar também da luz pictórica da fotografia em que um homem lê o jornal. O flagrante ganha ares de pintura pela divisão diagonal do quadro.
Exposição mostra a vida no Bom Retiro na década de 1970

Pedro Nery vê sugestão de movimeto na foto de

uma escutura de mulher Divulgação/Pinacoteca

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Além das 41 imagens originais, podem ser vistas em uma vitrine no centro da exposição nove fotos que não entraram na primeira seleção do fotógrafo. Elas foram integradas ao acervo do museu depois de uma nova ampliação do ensaio feita em 2002.

A exposição vai até o dia 29 deste mês.

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