Os trabalhadores da Gerdau fizeram mais uma paralisação na primeira hora dessa sexta-feira, dia 20. A categoria atrasou a produção em cerca de duas horas para protestar contra 90 demissões feitas pela direção da empresa na tarde de quinta-feira.
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No dia 5, os trabalhadores já haviam feito atrasos de turno contra as demissões que pouco a pouca vem sendo aplicadas e pela recusa da empresa em negociar outras medidas para não demitir, como lay-off, férias coletivas e redução de jornada.
Na tarde da quinta-feira (19), foram demitidos 90 funcionários. Em reunião com a Gerdau, o Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba-CUT entregou o comunicado de greve à empresa.
“Todos os trabalhadores aderiram à paralisação de duas horas, novos protestos devem ocorrer e uma greve não está descartada. A Gerdau também não garante que as demissões parem por aí”, disse Renato Marcondes – Mamão, presidente do sindicato.
Segundo nota do Sindicato, uma nova paralisação estava programada para a manhã dessa sexta-feira, mas não foi possível, pois o caminhão de som da entidade foi apreendido pela Polícia Militar de Pindamonhangaba. Logo após a paralisação, os mesmos policiais que estavam na portaria da fábrica fizeram uma blitz na estrada estadual SP-62 (antiga Rio-São Paulo), que é rota entre a fábrica e a sede do sindicato. Os policiais alegaram que a placa do veículo não estava legível, o que não procede segundo o sindicato, que vai recorrer da multa.
A Gerdau de Pinda hoje emprega cerca de dois mil trabalhadores na produção de laminados a aço.
OUTRO LADO
A Gerdau informa que, a partir do final de março, irá reduzir temporariamente a produção de aço de sua usina de Pindamonhangaba (SP), também ajustando o quadro funcional da planta. Essa decisão se deveu ao cenário de desafios vivenciado pela indústria de aço no Brasil e a baixa demanda da indústria automobilística no Brasil, seu principal consumidor de aços especiais.
O atendimento aos clientes se manterá inalterado. A Empresa reforça que a redução da produção da aciaria será temporária, retornando quando houver a recuperação dos níveis de demanda no mercado brasileiro.