Lixo Tour de São José dos Campos recebe 3.144 visitantes em 2014

A Estação de Tratamento recebeu 3.144 visitantes entre estudantes, professores e delegações de várias cidades, em 2014. (Foto: A Estação de Tratamento recebeu 3.144 visitantes entre estudantes, professores e delegações de várias cidades, em 2014)
A Estação de Tratamento recebeu 3.144 visitantes entre estudantes, professores e delegações de várias cidades, em 2014. (Foto: A Estação de Tratamento recebeu 3.144 visitantes entre estudantes, professores e delegações de várias cidades, em 2014)

A Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos, no bairro Torrão de Ouro, em São José dos Campos, recebeu 3.144 visitantes entre estudantes, professores e delegações de várias cidades brasileiras, em 2014.

O maior volume de visitas foi de estudantes de escolas públicas e privadas (48 escolas) por meio do Programa “Lixo Tour” – um Programa de Educação Ambiental, realizado pela Urbam (Urbanizadora Municipal), no qual são apresentados os caminhos e cuidados que o lixo recebe na cidade para que não represente qualquer risco ambiental ou à saúde da população.

Neste projeto, os visitantes conhecem toda a estrutura da Estação e o processo de tratamento do lixo comum e dos materiais recicláveis. Eles assistem palestra educativa e visitam o Museu do Lixo, o Centro de Triagem (onde são separados os materiais recicláveis), a Estação de Tratamento de Biogás e o aterro sanitário.

O objetivo é eliminar alguns mitos e o preconceito com relação ao aterro, já que muitos não sabem diferenciar um aterro sanitário de um lixão. Os visitantes e alunos conhecem o processo de triagem dos materiais recicláveis e recebem informações sobre a maneira correta de separá-los em casa e na escola para destiná-los à coleta seletiva. Na sala ambiental, palestras e vídeos mostram o que pode ser separado para a coleta seletiva e como praticar os 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar).

Além de sensibilizar as pessoas para uma mudança de atitude, com relação aos diversos tipos de resíduos gerados por todos, a atividade orienta o consumo consciente, a separação e destinação adequada para os serviços de coleta específicos e divulga os pontos de entrega voluntária.

Museu do Lixo
Criado em 1991, o Museu do Lixo de São José dos Campos reúne peças de valor histórico que foram descartadas no lixo pela população. O espaço é uma das principais atrações do programa Lixo Tour, que recebe alunos de escolas do município e de outras cidades, além de profissionais ligados à área de resíduos, estudiosos e gestores públicos.

O Museu abriga mais de 160 peças antigas. Entre elas, um rádio de 1939 e uma máscara de ferro, que supostamente retrata o compositor Beethoven. O resgate dessas peças é feito pelo senhor Rubens Dalprat, 82 anos, e 33 deles dedicados à Urbam.

“Não são simples objetos. Nem chamo de museu. São verdadeiras relíquias”, disse. Em 1985, ele começou a reunir as peças que chegavam ao aterro sanitário. “Quando os coletores encontravam alguma peça antiga no lixo, eles me traziam e, assim, fui limpando peça por peça, consertando, guardando até que o museu foi criado”, lembra.

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Desde então, esse trabalho passou a fazer parte da sua história de vida, que não se restringe à organização e limpeza dos objetos. “Gosto de pesquisar a história das peças e procuro recuperá-las e mantê-las preservadas.” Em casa, a rotina não é diferente. “Estou recuperando uma máquina muito antiga de moer café que foi da minha avó e minha filha já quer ficar com ela.”

O museu encanta principalmente às crianças. Elas ficam curiosas ao se deparar com preciosidades que nunca viram, como máquinas de datilografia e fotográficas, projetor de cinema, celulares antigos, máquinas de costura, ferro de passar roupa a brasa e, também, com as histórias contadas pelo Sr. Rubens. Muitos retornam adultos e mantém o carinho por ele que, também realiza o trabalho de conscientização sobre o descarte correto do lixo e dos materiais recicláveis.

“É uma satisfação imensa ver os olhos das crianças brilhando quando veem algo que nem imaginavam existir e, muito menos que estas relíquias foram descartadas no lixo”, conta Rubens Dalprat.

Este fascínio pelas peças, acaba por contaminar as pessoas que visitam o local. Muitas doações espontâneas são feitas ao museu, porque sabem que suas relíquias estarão em boas mãos.

“Tudo que está aqui é material didático, com o qual podemos fazer o resgate da nossa história”, explica Rubens. Ele acrescenta que é importante acompanhar a evolução tecnológica. “Por meio destas peças, podemos fazer um estudo sobre o que está acontecendo no momento e também sobre o que poderá ocorrer no futuro.”

Engana-se quem imagina que ele vive do passado. “Prefiro o tablet ao computador. É muito mais rápido. Imagino que os celulares serão muito menores e mais leves num futuro próximo.”

A Estação de Tratamento da Urbam é aberta a visitações de escolas e entidades. O agendamento para o Lixo Tour é feito pelo telefone 3944-9433.

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