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Da pista de skate em São José para os X Games e o mundo

ompetidora da categoria street, Pâmela vai tentar repetir a façanha do ano passado, quando conquistou a medalha de prata no evento, considerado a olimpíada dos esportes radicais. (Foto: Tião Martins/PMSJC)
ompetidora da categoria street, Pâmela vai tentar repetir a façanha do ano passado, quando conquistou a medalha de prata no evento, considerado a olimpíada dos esportes radicais. (Foto: Tião Martins/PMSJC)

Acompanhada da mãe, Evânia, a joseense de 15 anos viajou com destino a Austin, no Texas, nos EUA, onde participa dos X Games, que serão realizados de quinta-feira (4) a domingo (7).

Competidora da categoria street, Pâmela vai tentar repetir a façanha do ano passado, quando conquistou a medalha de prata no evento, considerado a olimpíada dos esportes radicais e terá a presença de nomes consagrados, entre eles os brasileiros Bob Burnquist, Sandro Dias e Leticia Bufoni. E já começou afiada na atual temporada. No dia 24 de maio, ela também ficou em segundo lugar no Far’n High, a etapa francesa da Copa Mundial de Skate, em Paris.

Num esporte dominado por homens, Pâmela teve de esforçar muito para quebrar a barreira de que se trata de um esporte perigoso para meninas. E não sossegou até o dia em que, com 9 anos de idade, ganhou dos pais o tão cobiçado brinquedo.

“Hoje os meninos me respeitam e me ajudam muito, eu sou a mais nova de todas as meninas que competem fora”, revela Pâmela. Ela ressalta que as mulheres vêm ganhando espaço na modalidade tanto no Brasil como no exterior. “Agora o skate feminino está mudando e sendo valorizado.”

Como mora no Jardim Cerejeiras, na região leste, Pâmela treina na pista de street do poliesportivo do bairro, que fica perto da casa dela. A skatista costuma frequentar também o skate park do Centro da Juventude, mais próprio da modalidade vertical.

Nascida em 19 de julho de 1999, em São José dos Campos, Pâmela é filha de Paulo César e Evânia e irmã mais nova de Tatiane e Maria Paulla. Desde pequenina, gostava de esportes e começou a praticar judô, acompanhando a mãe e as irmãs nos treinamentos. Constantemente ia com a família ver os jogos de futebol, basquete, futsal, atletismo. E assim foi despertando o interesse em ser atleta.

Em junho de 2008, a família recebeu a visita de Mário Gomes, um skatista e amigo de escola de Maria Paulla. Pâmela quis emprestar o skate para aprender a andar sobre as quatro rodinhas, mas não obteve êxito por ser ainda muito pequena.

“Mas surpreendendo, ela começou a remar e já no dia seguinte estava na pista atrapalhando o rolê dos meninos”, conta Maria Paulla. Com alguma orientação de Mário, já convencido que a jovem tinha talento, dona Evânia deixou de pagar uma conta de luz comprou o skate para a filha. Então começou uma nova história para Pâmela.

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A menina tímida do bairro entrou para um mundo até então desconhecido. Começou a viajar, fazer amizades e virou a mascote de uma turma de garotos apaixonados pelo skate.

Sempre acompanhada dos pais, Pâmela começou a participar de campeonatos e se destacar. Venceu tantos que precisou subir de categoria com apenas 9 anos, vindo a disputar com as meninas bem mais experientes.

Isso fez com que ela evoluísse na carreira e vencesse os principais campeonatos nacionais femininos. Foi tricampeã paulista, de 2012 a 2014, e tetracampeã brasileira, de 2011 a 2014. Mesmo sendo amadora, Pâmela disputou competições com as skatistas profissionais e se tornou campeã sul-americana três vezes, de 2012 a 2014.

Com esses títulos todos, a joseense deu um salto mais alto e entrou para os X Games. Na estreia, em Los Angeles, ela ficou em oitavo lugar no meio das feras do maior torneio da modalidade no planeta. Depois conseguiu a 7ª colocação na edição de Foz do Iguaçu. E em 2014, em terras texanas, surpreendeu o mundo ao faturar a prata e fazer a conterrânea e experiente Leticia Bufoni se contentar com o bronze.

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