Ao anunciar um programa para tentar reduzir o número de tragédias com armas de fogo nos Estados Unidos, o presidente norte-americano, Barack Obama, se emocionou e precisou conter as lágrimas. O discurso ocorreu na terça-feira (5), em Washington.
O momento de emoção foi registrado já no fim do pronunciamento, quando Obama lembrou massacres utilizando armas que ocorreram em lugares públicos nos Estados Unidos. “De colegiais em Columbine a alunos da primeira série em Newtown. E de todas as famílias que nunca imaginaram que uma pessoa querida seria tirada de suas vidas pela bala de uma arma de fogo”, pontuou o presidente. “Cada vez que eu penso naquelas crianças, eu fico com raiva”, disse.
Fort Hood Binghamton Aurora Oak Creek Newtown The Navy Yard Santa Barbara Charleston San Bernardino #StopGunViolence https://t.co/yVdTuvMF2T
— The White House (@WhiteHouse) 6 janeiro 2016
As medidas anunciadas por Obama aprimoram a legislação já existente a fim de garantir maior rigor nas verificações de antecedentes (como histórico criminal e doenças mentais) de pessoas que querem comprar armas de fogo no país. Nesse sentido, o principal foco das mudanças é voltado para o comércio de armas em meios como a internet e feiras, comuns nos Estados Unidos. Hoje, apenas as lojas físicas do país fazem a averiguação do passado dos compradores de armas. “Um estudo recente descobriu que uma em cada 30 pessoas que querem comprar armas em um website possui histórico criminal”, declarou Obama.
O presidente anunciou que a base de dados usada para o controle dos compradores, que fica sob responsabilidade do FBI, será modernizada e ampliada. Obama também cobrou do Congresso um posicionamento mais forte sobre o tema. Isso porque, sob domínio dos republicanos – historicamente contrários a esse controle – a Casa tem se mostrado resistente quando o assunto é restringir o acesso a armamentos nos EUA. “Todos precisam se levantar e proteger os cidadãos”, pontuou Obama.
“O lobby das armas pode ter o Congresso como refém, mas não pode ter a América”, complementou o presidente norte-americano.
Relembre alguns massacres ocorridos nos EUA
Em 2012, doze pessoas morreram em um cinema de Aurora (Colorado). No mesmo ano, o massacre na escola Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, matou 26 pessoas – 20 crianças com idades entre 6 e 7 anos e seis adultos.
Em 2014, ocorreu o massacre de Isla Vista um assassinato em massa na Califórnia, que se iniciou com um esfaqueamento em um apartamento seguido de tiros nas proximidades do campus da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara. Ao todo, sete pessoas foram mortas
Em 2015, foram nove as vítimas em uma universidade do Oregon. Também no ano passado, 14 pessoas morreram em uma ação investigada como “ato de terrorismo” em San Bernardino.
