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Exposição no Rio comemora centenário do museólogo e carnavalesco Clóvis Bornay

O Museu da República inaugura a exposição “Clóvis Bornay – 100 anos”, que homenageia o centenário do museólogo e carnavalesco, idealizador do Baile de Gala do Theatro Municipal e vencedor de inúmeros concursos de fantasias do carnaval carioca e de outras cidades do país. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
O Museu da República inaugura a exposição “Clóvis Bornay – 100 anos”, que homenageia o centenário do museólogo e carnavalesco, idealizador do Baile de Gala do Theatro Municipal e vencedor de inúmeros concursos de fantasias do carnaval carioca e de outras cidades do país. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Em comemoração ao centenário de nascimento do museólogo e carnavalesco brasileiro Clóvis Bornay, nascido no município de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, no dia 10 de janeiro de 1916, o Museu da República (MR) abre hoje (26) à noite a exposição “Clóvis Bornay – 100 Anos”. A mostra ficará aberta ao público até abril.

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O curador da exposição, professor Mário Chagas, coordenador técnico do Museu da República, disse que Clóvis Bornay foi um personagem “importantíssimo no mundo dos museus, da museologia e do carnaval”. Filho de mãe espanhola e pai suíço, Bornay era o caçula de 12 irmãos. Foi funcionário do Museu Histórico Nacional, célula da qual se originou o Museu da República. “Ele trabalhou no Museu da República supervisionando montagens de exposições e fez nos jardins uma representação da primeira missa rezada no Brasil”, informou o curador.

Mário Chagas destacou as múltiplas faces de Clóvis Bornay. “Foi ator, cantor, museólogo, carnavalesco e gay”. Foi também idealizador do Baile de Gala do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1937, onde ocorreram os primeiros desfiles de fantasias de luxo e de originalidade no carnaval. Para ele, o museu tinha de ser democrático e ir até o povo.

Assistente da curadoria, Patrícia Fernandes lembrou que a exposição está associada à comemoração dos 100 anos do samba. Ela está dividida em três salas, que apresentam Bornay como profissional de museu, mestre de fantasias e como pessoa de múltiplas formas de se expressar.

“Na verdade, a gente faz uma linha do tempo dessa pessoa que foi Clóvis Bornay”. Para o curador, sua frase mais célebre deixa claro quem ele era “Ser museólogo não é nada. Mais difícil é ser Clóvis Bornay todos os anos, nas passarelas”.

Do acervo pessoal de Bornay, que a família doou para o Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, na Gávea, algumas peças fazem parte da exposição. O público verá três fantasias com as quais ele ganhou desfiles de luxo em carnavais, além de croquis, fotografias, livros, manuscritos e homenagens recebidas. Entre as peças, o destaque é o original do enredo “Lendas e Mistérios da Amazônia”, que Clóvis Bornay fez para a Portela em 1970 e que deu à escola o título de campeã do carnaval.

As três fantasias em melhor condição de conservação foram tratadas, higienizadas e restauradas para a mostra. Segundo Patrícia, o trabalho de pesquisa para a exposição começou há um ano. “Bornay era parte desse carnaval do luxo, das fantasias, dos bailes”, ressaltou. Para Patricia, a alegria e o luxo das fantasias atuais das escolas de samba são marcas associadas a Clóvis Bornay.

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Homossexual assumido, Bornay decidiu casar no fim da vida com uma mulher que trabalhava para ele, disse Mário Chagas. “Foi um casamento de generosidade porque, com isso, ele protegeu a mulher e suas filhas Patrícia e Tainá”. No dia 9 de outubro de 2005, Clóvis morreu de parada cardiorrespiratória, no Hospital Souza Aguiar, para onde foi levado com desidratação e infecção intestinal.

A exposição “Clóvis Bornay – 100 Anos” marcará o início da visitação noturna do museu. Ele passará a ficar aberto em todas as últimas terças-feiras de cada mês, das 10h às 22h. Patrícia Fernandes disse que a iniciativa faz parte do Programa de Educação de Jovens e Adultos do MR. A visitação noturna objetiva permitir que todos os públicos tenham oportunidade de conhecer e visitar o museu.

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