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Nota de Pesar: Tributo à lenda “José Monteiro da Água Preta”

José Monteiro. (Foto: João Paulo Ouverney/Divulgação)
José Monteiro. (Foto: João Paulo Ouverney/Divulgação)

Justamente na semana em que o Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba se organiza para eleger nova diretoria, por ironia cruel nos chega a notícia do falecimento de um dos mais atuantes líderes sindicais que esta entidade teve: JOSÉ MONTEIRO.

É difícil alguém não ter ouvido falar do “Zé Monteiro, da Água Preta”. Funcionário, por muitos anos da ALCOA (antiga AISA), sindicalista, presidente vitalício do Clube de Malha AE Água Preta, Presidente e cofundador da Liga de Malha do município, é, a meu ver, o mais completo malhista que Pindamonhangaba e o Vale do Paraíba já tiveram. Nos seus áureos tempos, eu, que também pratiquei essa modalidade esportiva, muitas vezes pude testemunhar o respeito e o temor que José Monteiro incutia nos adversários. Houve época em que ele era o único atleta do Vale do Paraíba convocado para a seleção paulista da modalidade.

Foi também suplente de Vereador, presidente de Moradores do Bairro Água Preta, onde sempre residiu. Graças a ele, o clube esportivo de mesmo nome hoje goza de prestígio nacional. É uma referência no desporto em todo o País..

Como ser humano… Que coração maravilhoso! Sempre ajudou pessoas menos favorecidas, sem nunca abandonar sua tradicional e insuperável simpatia. Quando o Água Preta recepcionava algum clube, em disputas do campeonato paulista, após os jogos o Zé reunia, em sua residência, dezenas de pessoas, entre atletas, amigos e simpatizantes, num churrasco regado com cerveja (às suas expensas) que não tinha hora de acabar. Sua esposa Lena e filhas, como trabalhavam, para servir aquela multidão!

Mas… tudo mudou. Pior ainda quando lhe veio a aposentadoria. Monteiro enveredou pelo ramo do comércio. Não deu certo. Perdeu muito dinheiro. O esporte da Malha modernizou-se, mudou demais. E José Monteiro foi deixando de ser aquela figura lendária que assombrava os adversários e maravilhava os adeptos desse esporte. Surgiram sérios problemas de ordem pessoal e financeira. Tudo se acumulou…

Ele foi decaindo. Passamos a contemplar, de forma incrédula e pesarosa, até, um novo/velho José Monteiro, seduzido pelas divas do infortúnio e arrastado pelas correntezas desta ingrata vida, como se fosse um frágil barquinho de papel. Perdeu de todo a alegria de viver. E assim foi, até em seus penúltimos momentos, no leito do hospital, onde recusava-se, inclusive, a receber alimentação.

Até que, nesse 03 de março de 2016 ele não mais resistiu. Perdemos essa lenda do esporte. Pindamonhangaba amanheceu vestindo luto. Mas, na lembrança de seus amigos, todos, incondicionalmente seus fãs, haverá de pairar a imagem daquele ser fabuloso, que soube escrever com raro brilho o seu nome nos anais desta cidade. O mito que não esquecerei. O jogador de Malha que eu sempre quis ser e nunca fui…

Que Deus o tenha, meu querido compadre José Monteiro. Você cumpriu muitas missões além das que lhe foram atribuídas. Muito obrigado por tudo.

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Penso até que, para quem o conheceu verdadeiramente, o que melhor ficou de lição foi a sua inigualável humildade. Viveu os momentos de glória e os instantes de declínio com a mesma grandeza de espírito que só os realmente grandes possuem. É por isso que o meu pranto hoje verte mais intenso.

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