Rio 2016 inaugura 1º Centro de Treinamento de Voluntários

O Comitê Rio 2016 e a Universidade Estácio de Sá inauguraram hoje (13) o 1º Centro de Treinamento dos Voluntários dos Jogos Rio 2016, um dos seis espalhados por todo o país. Eles capacitarão até o início dos jogos olímpicos, em agosto, cerca de 140 mil voluntários que trabalharam naquele que é considerado um dos maiores eventos esportivos do mundo.

O 1º Centro de Treinamento da Força de Trabalho dos Jogos Rio 2016 funcionará dentro do campus Presidente Vargas, da Universidade Estácio de Sá, único do Rio de Janeiro, e capacitará cerca de 50 mil dos 80 mil voluntários inscritos no estado.

Os outros cinco centros estão espalhados pelas cinco cidades-sede das competições de futebol: São Paulo; Belo Horizonte, Manaus, Salvador e Brasília. As informações da universidade indicam que ela será a primeira a apoiar os Jogos Rio 2016 e destinará 120 professores para a preparação dos 50 mil voluntários, seis mil colaboradores e 95 mil contratados do Comitê Rio 2016, por meio de aulas presenciais e online que fazem parte do portfólio de soluções corporativas da Estácio de Sá.

Ao falar da iniciativa, o presidente da Estácio, Rogério Melzi, ressaltou não ter conhecimento de um treinamento que envolva tantas pessoas como é o caso da iniciativa atual por causa dos Jogos do Rio 2016. “Na hora de fazer nosso treinamento, vamos entregar o conteúdo obrigatório, mas também dar um pedacinho de nós para mostrar que educação se faz por meio de exemplo próprio. Essa é a educação que transforma”, enfatizou.

Apoio logístico

A coordenadora do programa de voluntários, Bianca Berenguer, disse que o trabalho que se inicia é fruto de quase três anos de programação. “Ele acontece porque será necessário para dar apoio logístico ao evento. Iniciamos com o treinamento de liderança e agora voltaremos para o treinamento específico dos voluntários.”

“Os escolhidos são pessoas bens dispostas, alegres, com energia e vontade de ajudar os outros. São pessoas de todas as idades e diversidades variadas: jovens, estudantes, aposentados, trabalhadores em férias, gente que está vindo de outros estados e até de fora do Brasil – cerca de 10% a 20% são de fora do Rio e até do Brasil”, disse.

Berenguer informou que só estão serão oferecidas acomodações para pessoas especializadas em algum tipo de esporte ou em eventos desta natureza. “Como a maioria é de jovens, eles estão se hospedando em albergues, casas de amigos, de voluntários. A gente está, inclusive, fazendo uma campanha no nosso site (www.facebook.com/rio2016), denominada “Adote um voluntário”.

Personagem

Formada em Administração de Empresa,  temporariamente desempregada, Simone da Silva Oliveira dos Santos, 36 anos, se inscreveu como voluntária para trabalhar nos Jogos do Rio. Moradora de Irajá, na zona norte do Rio, ela admite que sempre teve vontade de participar de eventos desta natureza, mas que não teve a oportunidade por ocasião dos Jogos Pan-Americanos.

“Desta vez, quando me cadastrei, estava empregada. E quando abriram as inscrições, eu me habilitei.  Sempre gostei de ajudar, sou voluntária em eleições. Agora, já estou inclusive atuando como voluntária nos eventos-teste e já sou também selecionadora”, contou.

Experiência única

Feliz de participar e ajudar, Simone é só agradecimentos. “Eu só tenho a agradecer ao pessoal do Comitê Rio 2016 por ter me escolhido para voluntária e, depois, como voluntária selecionadora. É um trabalho e uma experiência única: você conhece pessoas de todos os cantos, culturas diferentes. É uma experiência que não tem preço.

Não tem dinheiro que pague. Aqui no Brasil não tem muito esse espírito de voluntariado. As pessoas perguntam: você está trabalhando de graça? Não, não estou. Não há dinheiro que pague a oportunidade de viver está experiência de ser voluntária, de viver este momento, de adquirir conhecimento sobre pessoas de culturas diferentes, que pensam diferente”, disse.

Como são

Os Centros de Treinamento da Força de Trabalho dos Jogos resultam de um projeto desenvolvido há três anos numa parceria entre a Universidade Estácio de Sá e a área de Recursos Humanos do Comitê Rio 2016.

O processo teve início em 2015, quando a Estácio criou os Centros de Seleção para entrevistar candidatos a voluntários. O treinamento foi iniciado este ano por meio de cursos online. Os módulos têm de quatro a oito horas de duração, com aulas sobre temas variados, definidos pelo Comitê Organizador dos jogos, como Excelência em Serviços de Liderança.

Grande parte do conteúdo é voltado para a preparação específica das áreas de atuação que serão desempenhadas nos jogos, como tecnologia, transporte, imprensa e comunicação, protocolo e idiomas.

O diretor de Recursos Humanos do Comitê Rio 2016, Henrique Gonzales, explicou a parceria: “Nos [ela] ajudou a buscar voluntários no Brasil inteiro, são mais de 80 mi pessoas entrevistadas somente aqui no Rio e hoje a gente inaugura a primeira plataforma de treinamento que vai até o início dos jogos. É uma plataforma que tem um componente virtual onde qualquer um pode fazer o treinamento de casa, através de um computador, um tablet e até de um celular”, disse.

“São quatro módulos que estão sendo lançados. Que dão orientação sobre os jogos, excelência em serviços, liderança, diversidade e inclusão – uma vez que nós estamos recebendo mais de 206 países. É uma orientação sobre o papel nos jogos que dá uma visão global sobre segurança, emergência e operação das instalações”.

O diretor do comitê ressaltou que a força de trabalho para os Jogos do Rio envolve, além dos voluntários, 85 a 90 mil terceirizados que operam sobre a forma de prestação de serviços. “Assim como os voluntários, os funcionários pagos também precisam ser treinados, uma vez que isto [este tipo de evento] nunca foi realizado no Brasil”, disse.

Para ele, é uma experiência única para cada um que dos que vão participar. “Eles deixam de ser meros assistentes para serem protagonistas. Eles ganham pessoal e profissionalmente porque isto fará parte, no futuro, do  currículo. E isto ganha uma importância ainda maior na medida em que poderão celebrar a confraternização dos jogos”, afirmou.

Lembrou, ainda, que, além dos mais de 106 países que estarão representados durante os jogos com as suas delegações, há, entre os voluntários, gente de toda a parte – do Brasil e do exterior. “Tem gente do mundo inteiro participando, principalmente dos Estados Unidos, da Inglaterra e Rússia, países que já realizaram edições dos jogos, mas há também gente de todos os cantos, até da Arábia Saudita, ressaltou.

 

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