Entre os 428 atletas confirmados que vão representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, de 5 a 21 de agosto próximo, 142 são militares. A informação foi divulgada hoje (15) pela Marinha, durante apresentação do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), que será usado como centro oficial de treinamento para equipes estrangeiras pelo Comitê Organizador Rio 2016.
De acordo com o presidente da Comissão de Desportos da Marinha, contra-almirante Carlos Chagas Vianna Braga, as Forças Armadas começaram a investir no Programa Olímpico de atletas de alto rendimento em 2011, quando o Brasil recebeu a quinta edição dos Jogos Mundiais Militares e terminou em primeiro lugar no quadro de medalhas.
“As expectativas [para a Rio 2016] são as melhores possíveis para o resultado, em termos de atletas militares. Temos hoje 142 atletas militares já selecionados, com vaga garantida. Desses, 55 são da Marinha do Brasil. O resultado é muito bom e reflete o acerto do Programa Olímpico da Marinha, que é contribuir para transformar o Brasil em uma potência olímpica”.
O contra-almirante lembra que os militares conquistaram cinco medalhas nos jogos de Londres, em 2012, sendo duas de atletas da Marinha. No ano passado, os atletas militares representaram 22,5% da delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e foram responsáveis por metade das medalhas. Também em 2015, o país conquistou a segunda posição nos Jogos Mundiais Militares da Coreia.
Entre os destaques, Chagas cita a equipe de judô, que é inteiramente formada por atletas militares, sendo a feminina da Marinha e a masculina do Exército, além da equipe de revezamento 4x100m feminina de atletismo, nadadores e velejadores.
O secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima, diz que, para muitos, o número de atletas militares pode surpreender: “Pouco mais de 25% dos atletas que estarão nos Jogos Olímpicos Rio 2016 são militares, seja da Marinha, da Aeronáutica ou do Exército” e a contribuição dos militares também é muito importante com equipamentos, locais de treinamento e pessoal especializado na preparação dos atletas.
A Marinha conta atualmente com 210 atletas de alto rendimento, além de 21 mil crianças e adolescentes que participam do programa de base em todo o país. A levantadora de peso Jaqueline Ferreira, de 29 anos, é uma das que vão representar o país na Olimpíada. Há quatro anos na Marinha, ela é terceiro sargento e explica que entrou para a corporação por meio de um edital de seleção.
“A Marinha abriu um edital e deu essa oportunidade para os atletas de levantamento de peso. Fiz a inscrição e fui chamada. A vantagem é a tranquilidade financeira, diz ela, para treinar exclusivamente, e o respeito em si à modalidade. Por isso, diz que é muito importante estar num quadro de atletas das Forças Armadas, porque o esporte acaba sendo mais valorizado. Para os jogos, a expectativa de Jaqueline é bater os recordes brasileiros e ficar entre as oito melhores
A nadadora Nathalia Almeida, 19 anos, terminou o curso de treinamento militar da Marinha no começo do ano, mas não foi classificada para a Olimpíada. Ela diz que o apoio das Forças Armadas tem sido fundamental para os atletas e que é uma honra representar o Brasil em competições como militar: “Eles [Forças Armadas] nos dão bastante apoio, qualquer problema que tiver posso vir treinar aqui, onde tem fisioterapia, psicologia, nutrição, posso usar todo o suporte. Fora que é uma honra para o atleta poder ser militar e representar o Brasil dessa forma também”.
Entre os atletas militares que vão representar o Brasil nos jogos estão a campeã olímpica de judô Sarah Menezes, a saltadora Juliana Veloso, as nadadoras Joanna Maranhão e Etiene Medeiros, Yane Marques, do pentatlo moderno, Martine Grael da Vela, Keila Costa, do salto em distância, Poliana Okimoto, da maratona aquática, Robson Conceição, do boxe, e as duplas de vôlei de praia Ágatha e Bárbara e Alison e Bruno Schmidt.