O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse na sexta-feira (29), que o governo paulista não pretende adquirir doses da vacina contra a dengue que estão sendo produzidas pelo laboratório Sanofi Pasteur. Segundo Alckmin, o governo paulista pretende utilizar a vacina que está sendo produzida pelo Instituto Butantan, ainda em fase de testes. As declarações foram dadas após palestra em um evento promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
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“Nessa vacina [da Sanofi Pasteur], você teria que fazer três doses. Não adianta fazer uma dose só. E nós estamos extremamente otimistas porque estamos instalando em 14 centros de pesquisa no Brasil a última fase de testes [da vacina] contra a dengue [produzida pelo Instituto Butantan]. Essa é uma vacina tetravalente, contra os quatro tipos de vírus. Tem altíssima eficácia e apenas uma dose [seria necessária]. Esperamos que no início do ano que vem esse trabalho [a fase de testes] seja concluído e aí é produzir em escala industrial”, disse Alckmin.
Segundo a Sanofi Pasteur, a vacina contra dengue produzida por ela é a primeira vacina no mundo aprovada para a prevenção da dengue. A partir desta semana, a vacina começa a chegar às clínicas privadas do país e estará disponível à população brasileira. A vacina, segundo o laboratório, é indicada para pessoas de 9 a 45 anos e protege contra os quatro sorotipos existentes da doença e deve ser administrada em três doses com intervalos de seis meses (completando um ano da primeira até a última dose).
Cassinos
Alckmin comentou também sobre a possibilidade da liberação de cassinos em São Paulo. Um projeto de lei, que está em tramitação no Congresso, estuda a possibilidade de se liberar e legalizar no país os bingos e cassinos e o jogo do bicho.
“Sou favorável à legalização dos jogos, primeiro porque os jogos já existem. O maior jogador é o governo federal porque se tem loteria de todo o tipo. Segundo porque na maioria dos países do mundo isso é regulado. Não ter isso regulado, dá margem para a corrupção, funcionar de maneira clandestina e o governo não tem arrecadação. E temos que nos preocupar, cada vez mais, com o emprego”, disse.
Lava Jato
Indagado por jornalistas sobre a possibilidade de que o seu nome – e de outros governadores do país – pudesse aparecer nas investigações da Operação Lava Jato, com a delação de diretores da Odebrecht, Alckmin disse que não “iria comentar boatos”. “Não há nenhum fato.Vamos aguardar. Sou totalmente favorável a todas as investigações”.
Renegociação de dívidas
Alckmin disse ainda que espera que a votação sobre a lei que trata sobre a renegociação de dívidas dos estados, prevista para ocorrer em agosto, possibilite o acesso a novas linhas de financiamento. “Temos uma expectativa de que, após a votação da lei de renegociação de dívidas dos estados, ocorra o acesso a novas linhas de financiamento. Estamos já há um bom tempo sem ter acesso a linhas de financiamento. E grandes obras, como o Metrô, por exemplo, precisam de financiamento”, disse o governador.
Segundo Alckmin, há uma expectativa do governo paulista para que o financiamento da Linha 18, por exemplo, seja retomado em breve após a aprovação da lei de renegociação de dívidas dos estados. A Linha 18-Bronze do Metrô ligará cidades do Grande ABC.
“A Linha 18, por exemplo, que é a bronze, que vai para o ABC, está só dependendo do financiamento. Isso estava até bem avançado no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES], mas acabou paralisando com as mudanças políticas desse ano, mas temos uma boa expectativa de que ela possa ser retomada”, disse o governador.
Candidatura de João Dória
O governador negou que esteja negociando ou loteando cargos no governo paulista para receber apoio de partidos políticos à candidatura de João Dória, candidato de seu partido, o PSDB, para a prefeitura de São Paulo.
“Não há nenhuma relação entre cargo de secretário de estado e a eleição municipal. Permito aqui dar um exemplo: estou vendo uma pesquisa aqui do Ibope, que saiu hoje, e o principal concorrente e adversário [de João Dória] é o [Celso] Russomano [PRB], cujo partido tem uma secretaria no estado de São Paulo. O PTB, que participa conosco desde a época do Mário Covas no governo do estado, decidiu apoiar outro candidato [o candidato Russomano terá Marlene Campos Machado, do PTB, como vice em sua chapa]. Então não tem relação essas coisas”, disse.