Torcedores chegaram cedo à Arena Corinthians, em São Paulo, que será palco hoje (3) de duas partidas de futebol feminino. Por volta do meio-dia e meio, um grupo de brasileiros já se posicionava em frente a um bloqueio policial, que ainda impedia a entrada dos torcedores no estádio.
No primeiro jogo de futebol em São Paulo, se enfrentam as equipes do Canadá e da Austrália. O jogo começa às 15h e três horas depois entram em campo as seleções do Zimbábue e da Alemanha.
A Arena Corinthians, que foi palco de vários jogos da Copa do Mundo de 2014, receberá ao todo dez partidas durante os Jogos Olímpicos, seis delas de futebol feminino [entre elas a disputa do bronze] e quatro de futebol masculino. Os jogos na arena ocorrem esta quarta-feira e o dia 19 de agosto.
Para o deslocamento dos torcedores até o estádio foi montado um esquema especial, muito parecido ao da Copa do Mundo. Uma das formas de se chegar ao estádio é utilizando o Via Expresso ou Expresso Olimpíadas, um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que funciona apenas nos dias de jogo, sempre três horas antes de cada partida, saindo a cada oito minutos da Estação da Luz com destino à Estação Itaquera, que é a mais próxima da arena.
O primeiro trem especial para as Olimpíadas saiu hoje da estação pouco depois do meio-dia e estava praticamente vazio, somente com a imprensa e alguns poucos passageiros com destino ao estádio. Sem paradas nas estações intermediárias, o trem costuma fazer o percurso em 19 minutos, mas só funciona na ida ao estádio. Na volta, o torcedor pode utilizar a Linha 11–Coral da CPTM (Expresso Leste), percurso que dura em torno de 23 minutos. A distância da Estação Itaquera ao estádio é de cerca de 900 metros.
Torcedores
Entre os poucos passageiros que estavam no Via Expresso estava Ana Paula da Silva Moraes, 29 anos, auxiliar de veterinária, que vai para a Arena Corinthians pela primeira vez. Moradora de Cotia, na Grande São Paulo, ela disse que o acesso ao trem foi fácil e que não encontrou dificuldades para fazer as baldeações nas estações de trem e metrô. “Foi fácil, estava bem sinalizado. Não teve problema nenhum”, disse ela à reportagem da Agência Brasil. “O trem é bom, de fácil acesso e é rápido”, acrescentou ela.
Para Ana Paula, a realização dos Jogos Olímpicos é uma grande oportunidade para o país. “Como eu não fui na Copa e acho que não vai ter mais Olimpíadas por aqui, essa é uma oportunidade de ver de perto”, disse ela.
Ana Paula e o namorado, André Flávio Estevão de Melo, 35 anos, professor de esportes radicais e treinador de ciclismo, ainda pretendem ir para o Rio de Janeiro para assistir a uma prova de ciclismo.
André Flávio, que também nunca esteve na Arena Corinthians, contou que ele e a namorada decidiram chegar cedo ao estádio para evitar transtornos. “A expectativa é de entrar nesse clima de Olimpíadas, curtir bastante, ver os atletas. Gosto de esportes em geral. Hoje eu vim porque achei os preços dos ingressos bem convidativos e, como era em São Paulo, pertinho, achei que não poderia perder a oportunidade de participar das Olimpíadas de alguma forma”, disse.
Outro casal que esteve no primeiro trem especial do dia com destino à Arena era Adriano Leão Venceslau, 45 anos, servidor público federal, e Cristiane Nunes Venceslau, 40 anos, funcionária pública estadual. De férias na cidade, o casal de Sergipe decidiu aproveitar a estada em São Paulo para conhecer a arena e ver uma partida olímpica. Eles disseram à reportagem que não tiveram nenhuma dificuldade para pegar o trem. “Foi fácil de chegar, muito limpo, bem acessível, as cadeiras confortáveis”, disse Adriano, sobre o trem.
Cristiane contou que eles ainda não adquiriram os ingressos para os dois jogos de hoje, mas que pretendem adquiri-los na portaria. Para Adriano, hoje o Brasil vive um momento diferente da época em que foi escolhido para receber os Jogos. “Quando fomos sorteados era uma época propícia, de crescimento econômico.
Infelizmente, agora, na época da realização, atravessamos uma crise. Temos que enfrentar esses percalços. Só lamento que o momento não tenha sido tão propício quanto na época em que o Rio foi escolhido”, disse ele que concluiu: “esperamos que todo o trabalho que foi investido na organização e na segurança seja refletido não só para nós, brasileiros, como para todos os visitantes que vamos receber”.
Metrô
O torcedor também pode chegar ao estádio de metrô, utilizando a Linha 3–Vermelha e descer nas estações Artur Alvim ou Corinthians-Itaquera. As estações estão localizadas a menos de 800 metros de distância das entradas do estádio.
Foi o caso da torcedora e aposentada Alice Futagami, 66 anos, que chegou à arena cedo também, toda enfeitada com bandeiras, boné e camisa do Brasil. “Vim de metrô, que foi a melhor opção, e foi tudo maravilhoso. A única dificuldade está aqui porque está demorando para abrir [o portão de acesso para dentro do estádio]”, disse ela, que chegou na arena por volta do meio-dia.
“Sou brasileira e estou prestigiando”, disse ela. Alice acha, no entanto, que este não era um bom momento para o Brasil sediar os Jogos Olímpicos. “Não era a hora. Não era o momento nosso ainda. Não estamos devidamente preparados para isso”, disse.
Em São Paulo, as viagens unitárias de metrô, trens ou ônibus custam R$ 3,80. Para integração (sistema metroferroviário e ônibus) a tarifa é R$ 5,92.
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