Segue em cartaz no MACC – Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba, até o dia 4 de dezembro, a exposição comemorativa “Antonio Carelli – 90 Anos: Ousadia e Liberdade de Pintar”. A mostra tem entrada franca e é aberta ao público.
As inúmeras pinturas expostas apresentam uma mostra panorâmica das últimas 3 décadas da vida e obra do artista plástico que escolheu Caraguatatuba para viver e criar. A exposição tem curadoria artística de João J. Spinelli e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 14h às 22h. A classificação é livre.
O MACC está localizado no Polo Cultural Professora Adaly Coelho Passos, na Praça Dr. Cândido Motta, nº 72, no Centro de Caraguá. Mais informações: (12) 3883.9980 ou www.fundacc.sp.gov.br.
Sobre Antonio Carelli
O artista plástico Antonio Carelli é homenageado pelos seus 90 anos de idade no Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba, que apresenta uma mostra panorâmica das últimas 3 décadas deste pintor que escolheu esta cidade para viver e pintar. A vida e a obra de Carelli podem ser divididas em dois momentos e em duas cidades fundamentais para a sua carreira: Paris e Caraguatatuba.
Na França, nos anos 1950, morou, estudou, trabalhou e conviveu com os mais importantes pintores do século passado (Pablo Picasso, Andre Lhote, Albert Gleizes, Gino Severini, Simon Segall, Ossip Zadkine, Henri Matisse e Fernand Léger, entre tantos outros), onde foi considerado o renovador da tradicional técnica do mosaico, que Carelli adaptou para a modernidade: uma grande façanha, destacada pela crítica de arte francesa da época e pelo Museu Bourdelle de
Paris, que organizou uma grande mostra de suas obras com muito sucesso.
Carelli sempre teve receio de recorrer às soluções do passado ou de se acomodar com as restrições impostas por um único tema ou estilo. Apesar de apresentar marcante evolução em todas as suas fases pictóricas, a estrutura decisiva de sua obra só acontece após sua transferência definitiva para a cidade de Caraguatatuba.
O mar, as montanhas e a mata atlântica o impressionam, aumentam-lhe o vigor compositivo e a vontade de cada dia pintar mais – esta fase é considerada a mais profícua, numerosa. Nesse período, o artista redesenha sua obra, retoma temas e técnicas de épocas anteriores, enfatizando cada vez mais a procura do equilíbrio até alcançar a emoção e a intrínseca valoração formal de cada obra. Sua paleta se diversifica fugindo cada vez mais dos tons pastéis e foscos de fases anteriores. Agora, a sua pintura está matérica, repleta de luminosidades azuis, verdes, amarelas e vermelhas.
Aos 90 anos, sua evolução técnica e suas elaboradas composições pictóricas, redimensionam o ato de pintar na contemporaneidade. Em tempo, as últimas homenagens prestadas a este grande artista, foram organizadas por Marcelo Araújo, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, que lhe dedicou uma grande retrospectiva em 2002, e pela Editora Bei, que impressionada por esta exposição, publicou em 2010, o livro “Antonio Carelli, visualidades de um artista em constante evolução”, de minha autoria.