Em uma cerimônia realizada no início da noite da terça-feira (13), em frente ao busto que homenageia Athayde Marcondes, um dos grandes historiadores da cidade, na praça Monsenhor Marcondes, região central de Pindamonhangaba, o senhor Joaquim José Eugênio, conhecido como Joaquim da Figueira, foi homenageado com a medalha do mérito Athayde Marcondes “post mortem”.
A Medalha do Mérito Athayde Marcondes , instituída pelo Decreto Legislativo n° 03, de 03 de Setembro de 2013, tem por finalidade homenagear um cidadão, uma empresa ou instituição que tenha contribuído destacadamente para a história e a cultura do município de Pindamonhangaba.
O português Joaquim José Eugênio foi um grande defensor da Figueira das Taipas, árvore centenária, que segundo estudos tem entre 350 e 400 anos e fica no bairro das Taipas, ao lado da antiga rodovia Rio/SP. A árvore teria servido como ponto de descanso para o imperador Dom Pedro I, quando de sua ida à São Paulo para a proclamar a Independência do Brasil.
Seu Joaquim, um português sério e bravo, segundo depoimento de seu filho, sempre foi um grande protetor da árvore, e assim, ajudou na preservação de um dos marcos históricos de Pindamonhangaba, que é a figueira.
A medalha foi entregue ao seu filho, senhor Ivo Eugênio. Em suas, palavras agradeceu a honraria. “Agradeço muito essa homenagem, é um presente de natal e coroa todo o trabalho que ele [pai] fez. Tô feliz”, concluiu emocionado. Joaquim faleceu em 1995. Se estivesse vivo, completaria 116 anos de idade nesta quarta-feira (14).
Joaquim José Eugênio – Joaquim da Figueira
Um dos primeiros moradores do Bairro das Taipas, tradicional bairro do Distrito de Moreira César, citado desde 1817 por viajantes e estudiosos estrangeiros como passagem e pernoite em uma venda ali existente a margem da estrada.
O mais conhecido morador e comerciante do bairro foi o senhor Joaquim José Eugênio, o “Joaquim Português”, ou “Joaquim da Figueira”, como era conhecido. Conforme informação de Joaquim Eugênio, filho do Joaquim Português, aquelas terras foram adquiridas pelo seu avô materno, o Sr. Barbieri, e o Joaquim Português casando-se com a filha do Sr. Barbieri, herdou as terras onde viveu por toda vida, teve seu armazém, o restaurante e lavoura.
Joaquim Português comandava com severidade todos os seus bens, mas foi um líder incontestável da comunidade. Foi parteiro, enfermeiro, inspetor de quarteirão (autoridade que representava o poder policial na época). Injeções eram aplicadas por ele nos moradores do bairro, conforme depoimento de seu filho Joaquim Eugênio.
Era também um ferrenho defensor da figueira, sempre cuidando para que a mesma ofertasse uma bela sombra com sua frondosa folhagem.
O restaurante do Joaquim Português, por se situar na antiga rodovia São Paulo — Rio era frequentado por viajantes, “caminheiros” e políticos da região que iam saborear o famoso cabrito assado, especialidade do “seo” Joaquim.
Joaquim Português nasceu em 1900 e faleceu em 1995. Aos 95 anos, no dia de seu falecimento, ele se despediu tomando uma garrafa de vinho. Viveu e morreu com valentia e ousadia, como se entendia no contexto da época.