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Nossa homenagem a Osvaldo Reis

Osvaldo Reis (09/10/1950- 08/01/2017)

Ano após ano nós, trovadores, até perdemos a conta de quantas vezes fomos e somos surpreendidos com a notícia da partida de mais um “irmão de sonhos”. Evidentemente a faixa etária avançada em muito contribui para tal desfecho mas, infelizmente, a morte é algo que sempre nos toma de surpresa. O que se há de fazer?

Eu havia até prometido escrever muito pouco a respeito, uma vez que acaba se tornando uma descrição algo repetitiva. Porém, quando, além de ser um “irmão de sonhos”, é um amigo ou amiga muito especial, torna-se quase impossível deixar de fazer referência.

Infelizmente 2017 já se inicia de forma impiedosa, interrompendo o ciclo existencial de um talentoso poeta e prosador radicado em Maringá, que, a despeito de praticamente nem participar de concursos de trovas e ser pouco conhecido dos trovadores em geral, tive o privilégio de conhecê-lo e desfrutar de sua preciosa amizade. A ponto de sempre tê-lo classificado como um dos melhores autores de trovas humorísticas do Brasil. Praticante de um humor genuíno, sem precisar recorrer à malícia ou outros quaisquer recursos engenhosos, visto que escrevia apenas para seu lazer, nesse quesito seu humor foi praticamente imbatível. Vejamos alguns exemplos:

Mostra o sábio, o que destaca
do burro a paca, e sussurra:
– é que o burro sempre empaca
e a paca jamais emburra…

Menininha no quintal,
tadinha, brincando só,
faz algo que lhe faz mal:
cata cocô de cocó…

Passei uma tarde inteira
ouvindo discursos, mas…
é melhor ouvir besteira
do que ser surdo, rapaz!…

OSVALDO REIS, nascido na Fazenda Santa Helena, município de Bom Sucesso, no Paraná, no dia 09 de outubro de 1950, morre em Maringá, onde residia, aos 66 anos, no dia 08 de janeiro de 2017. Um dos fundadores da Academia de Letras de Maringá e membro da UBT local. Deixa vários livros publicados, principalmente como historiador que também foi, sendo um deles: “Maringá e seus Prefeitos” (1996).

Grande “contador de causos”, grande sujeito, um ser humano como poucos conheci, Osvaldo Reis deixa esta dimensão para galgar, com certeza, patamares que fez por merecer, durante toda uma vida dedicada ao bem e à justiça. Um amigo insubstituível. Descanse em paz, amigo. Seu bom humor continuará entre nós, tenha certeza, por muito e muito tempo ainda.

𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒

O reco pergunta ao eco
qual reco que tem mais eco;
o eco responde ao reco
que é o reco do reco-reco…
OSVALDO REIS

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